Mário
Quintana assevera que "o passado não reconhece o seu lugar; está sempre
presente" e Albert Einstein considerado por alguns um louco, afirma que
"Se um dia tiver que escolher entre o mundo e o amor... Lembre-se: Se escolher o mundo, ficará sem o amor, mas se
escolher o amor, com ele conquistará o mundo." Sempre meditando sobre a
minha infância na minha Buriti querida e nas estradas pelas quais trilhei
interligando os lugares onde busquei através de uma luta renhida vencer as
intempéries e trazer os loiros da vitória para presentear os meus pais, a minha
família e a minha Gente buritiense, chego à conclusão de que esses dois gênios estão
cobertos de razão.
Quando
garoto aqui neste Torrão Sagrado, eu acompanhava vivenciando na nossa cidade,
as festas eminentemente sociais desde as da Escola e também as religiosas. Fui
amigo de todos os sacristãos da Paróquia local na época, mesmo sendo mais novo
do que todos eles, Doraci meu primo, Zé Aldir e Camilo, meus diletos amigos,
com os quais aprendi a Badalar o SINO da Igreja, a campainha na hora da
Elevação de Cristo e também a fabricar as Hóstias - e a comê-las no verdadeiro
sentido, principalmente as hóstias grandes, logicamente não consagradas.
No
período das Santas Missões, conheci o Frei APOLINÁRIO, um Capuchinho que se
tornou amigo da garotada me incluindo nesse rol e num certo dia me treinou a
manejar o TURÍBULO da igreja e eu me senti um Anjo, ao incensar além do
Crucifixo representativo de Jesus Cristo, também a Comunidade ajudando esse
Frei nesse ritual. A minha família ficou encantada e os meus pais, meus avós e
outros membros dela imaginaram que eu poderia ser um bom padre, o que foi uma
honra que me lisonjeou muito até a hora de encontrar-me com a minha namorada,
quando percebi que apesar de ligado à Fé Cristã Católica, de ter sido Batizado
e Consagrado, o meu próximo Sacramento mais desejado naquela época, ainda em
idade infantil já era mesmo o Matrimônio.
Andei
mundo a fora e sempre voltando a minha Terra, ligado às pessoas e às nossa
riquezas naturais dentre elas as fontes de água pura dos Riachos do Tubi, do Morro,
do nosso Rio Preto e do nosso monge Rio Parnaíba que engrandecia a nossa cidade
com o Porto do Mocambinho beneficiando o comércio local e toda a população,
pois era através dele a via de transporte fluvial que nos ligava a já
desenvolvida cidade de Parnaíba no Piauí e consequentemente ao progresso.
Após
adquirir o meu bacharelado e já no exercício da advocacia, sendo um razoável
pensador ligado ao passado, passei a entender que o futuro era na verdade o
passado melhorado, evoluído e um privilégio da maioria dos humanos que que o
alcançavam. Voltando a residir e morar novamente em Buriti, continuei a
participar ativamente do maior Festejo Religioso católico não sua inteireza,
participando de Missas e sempre na primeira fila, fui alcançado pelo
Incensamento efetuado pelos Padres auxiliados por jovens que na minha época se
chamavam de Coroinhas. Participei da Procissão de Encerramento do Festejo após
a sua chegada na Igreja, cujo Incensamento teve a participação de sua eminência
o Bispo da Diocese de Brejo e dos Padres presentes.
Novamente
de frente para o Turíbulo da Matriz de Sant'Ana senti o cheiro do incenso
lançado sobre a comunidade presente e me
vi no outrora, no passado, e ao buscar a
inspiração para escrever este texto, abracei feliz a tese dos pensadores retro mencionados, convencido de que o passado é
verdadeiramente o presente que muitos ou
a maioria chama de futuro… Fui novamente presenteado pelo Senhor nosso DEUS, por
nossa Padroeira e por
São Joaquim, porque com a minha
Gente neste último Festejo buritiense
fomos mais uma vez INCENSADOS PELO TURÍBULO DA IGREJA DE SANT'ANA.
SOBRE O AUTOR