PREFEITO NENÉM MOURÃO AGE COMO DITADOR E “EXPULSA” O REDATOR-CHEFE DO CORREIO BURITIENSE, ALIANDRO BORGES, DO ESTÁDIO MUNICIPAL DURANTE A FINAL DA COPA ZÉ BORGES.
Ontem (30), em pleno domingão, este redator-chefe, Aliandro Borges, foi mais uma vítima da truculência do prefeito Neném Mourão: ao chegar ao estádio municipal, faltando pouco mais de 20 minutos para o término do jogo entre Riacho Seco e Mocambinho, o prefeito Neném Mourão exigiu dos seus assessores que me retirassem da área interna do estádio.
A tarefa de comunicar a insatisfação do prefeito com minha presença e de que “o clima não estava bom”, foi dado aos meus amigos Helitan, secretário de esporte, e Teo, coordenador da mesma secretaria. Visivelmente constrangidos com a situação, me chamaram para o vestuário do estádio e anunciaram a decisão do homem que “manda e desmanda” com o dinheiro público. Compreendi e afirmei, imediatamente, que Neném Mourão é um homem público e não tinha necessidade de fazer aquilo e eu, como redator-chefe do Correio, estava lá para fazer uma cobertura positiva do evento. De nada adiantou. A forma ditatorial de agir do prefeito Neném Mourão não levou em consideração nem o fato de eu ser filho do homenageado do campeonato rural, o senhor José Borges (falecido desde 1997).
Sai da área interna do estádio, resignado, após o prefeito exigi dos seus auxiliares a minha expulsão, porque, ao contrário dele, um apedeuta tão alfabetizado quanto o deputado Tiririca, eu escolhi a civilização. Seria inútil protagonizar uma cena grotesca de discussão com ele e seus bajuladores brucutus que não sabem a diferença entre questões públicas e relações pessoais. A razão da indignação dele com minha presença é simples: eu sei o que eu penso, penso o que penso e falo o que penso. Não aceitei partilhar da conivência com o mau uso do dinheiro público que muitos aceitaram e permitem que ocorra porque, muitas vezes, o sujeito não tem outra opção de carreira, ou meio de vida. Infelizmente é algo moralmente miserável, mas compreensivo, embora não aceitável.
Em todo esse ocorrido chama atenção um fato esdrúxulo: o nome que leva o campeonato rural 2011 é justamente do senhor José Borges, pai do redator-chefe do Correio Buritiense. Ou seja, Neném Mourão afirma, ardilosamente, que homenageia um dos homens que mais contribuiu com o esporte de Buriti (inclusive, se considerarmos as condições em que ele se dedicava ao esporte, sem recursos, e o volume de dinheiro que o prefeito recebeu para a reforma do estádio, Zé Borges fez muito mais - mas a questão do recurso financeiro vai ser tratada com todos os detalhes mais adiante), mas impede que seus filhos se quer permaneçam no estádio ou compareçam a cerimônia de entrega dos troféus.
Todo esse despautério de Neném Mourão, caros leitores, está ligado ao fato de este redator-chefe ter denunciado, aqui mesmo neste blog, a falta de medicamentos na farmácia básica do Posto de Saúde (aliás, no dia seguinte à denúncia apareceram caixas de medicamentos, cabe a ele dizer onde estavam escondidos os medicamentos), e também ter denunciado que das 10 equipes do PSF apenas 4 funcionavam de forma regular, sendo que das outras 6 não se conheciam os médicos e a atuação adequada. Além disso, revelei que mais de um milhão e meio de reais tinham entrado para saúde de janeiro a agosto desse ano. (clique aqui para ler mais)
Ou seja, o que incomoda esse pessoal que se instalou na prefeitura é a verdade. É o fato de que, contrariando sua vontade de silenciar todos os adversários, eu, Aliandro Borges e o Correio Buritiense, não nos rendemos aos seus caprichos.
A arrogância do prefeito não limitou – se apenas ao jogo. Durante a cerimônia de entrega das medalhas, na tentativa de intimidar, ele me encarava veementemente, algo que, para mim, era até cômico, tendo em vista que o bigode do homem era hilário ao tremelicar o ódio expresso pela minha presença.
Tamanha covardia da parte do prefeito certamente gerou a indignação de muitos cidadãos buritienses, até mesmo daqueles que nele votou e o apóiam. Isso ficou claro para mim quando dezenas de pessoas tanto na minha casa quanto nas ruas de Buriti paravam para prestar solidariedade diante da truculência gratuita do homem que acha que detém consigo toda força para fazer valer sua vontade. Entretanto, a existência desse blog é a comprovação de que não é o poder que ele tem como gestor que se iguala a nossa inteligência, mas a nossa inteligência que se iguala à força.
Agir de forma ditatorial, considerando o estádio municipal, um ambiente público, como se fosse algo privado tal qual sua casa, faz lembrar muitos dos ditadores mais perversos que permeiam a história. Os mais conhecidos foram Saddam Hussein, Muamar Kadafi, Adolfo Hitler e até o Osama Bin Laden. Mas há algo de comum nesses ditadores: todos eles sucumbiram; todo o domínio que detinham ruiu e a queda desses homens foi proporcional à arrogância que tinham em suas condutas. Inclusive, Kadafi ao ser captura tinha no exterior desviado da Líbia cerca de U$ 200 bilhões de dólares, isto é, nem mesmo todo o dinheiro roubado do povo líbio foi suficiente para impedir sua derrota.
Naturalmente, que não se podem fazer comparações diretas desses ditadores com próprio prefeito Neném Mourão e nem mesmo é essa intenção do Correio. Mas o que se procura revelar aqui evocando a memória desses ditadores é que todo domínio acaba, independentemente do dinheiro e da força que aparentam ter. Muitos dos mais de trinta processos, alguns por Ação Civil de improbidade Administrativa, pelos quais o prefeito Neném Mourão está ou foi acometido, irão aflorar e quando esse dia chegar o prefeito sentirá na própria pele o preço da insolência e do desprezo conferido a seus adversários políticos e viverá a solidão daqueles que não mais partilham do poder.
Adianto que ser expulso do estádio não constitui nenhuma desonra para mim, mas deveria servir de lição para aqueles que ainda acreditam na máscara do homem bonzinho e não perseguidor que se construiu desse prefeito. Vergonha deveria ter, sim, era ele de pisar de forma despudorada num local em que durante seus dois mandatos fez pouco caso. A propósito, a reforma do estádio, na verdade deformação, que ele fez está imbuída de suspeitas gravíssimas. Tanto que se aguarda até hoje pela inauguração dessa obra, já concluída.
Aliás, o mundo é mesmo um lugar estranho. O Neném Mourão, que ontem me expulsou do estádio, cheio de arrogância e petulância, não é o mesmo que conheci em 2004, humilde, simples e que afirmava que não iria perseguir ninguém (será que você ainda lembra-se desse encontro em sua residência?). De sua primeira vitória de prefeito para hoje, o que será que mudou? É fácil, leitores. O dinheiro e o poder.
A Reforma do Estádio Municipal
Em quase sete anos de administração o prefeito Neném Mourão não construiu nenhuma quadra esportiva, pelo contrário, destruiu uma no local em que hoje fica o CAP (Centro de Apoio pedagógico). Agora, já no término de seu mandato, e a passos de jabuti, resolveu fazer o ginásio poliesportivo (isso tomando a quadra da escola Carmem Costa). Não investiu o que tinha de investir no esporte.
Estimativas da Planilha da Primeira medição da área do estádio, da Superintendência de Obras Civis, da Secretaria de Infraestrutura, de um possível convênio de 2007 com a prefeitura municipal, indicam que os gastos com a reforma do estádio seriam poucos superiores a R$ 311.000,00 (trezentos e onze mil reais). Mas pelas imagens do estádio, reveladas abaixo, esse montante parece muito para o que foi feito. Independente da quantia exata dispensada na reforma, o que fica claro é o descaso e o mau uso do dinheiro público destinado à reforma do estádio.
Como o próprio Neném Mourão disse na cerimônia de entrega de medalhas que faz todas as coisas de forma transparente, este Correio pergunta: onde foram aplicados os recursos financeiros destinados para reforma do estádio?
Vejam só as imagens tiradas ontem (30), durante a partida, e hoje do estádio já com sua reforma concluída.
· A COBERTURA:
Arquibancada totalmente sem cobertura, de acordo com a planilha seriam, só para cobertura, quase R$ 5 mil reais.
Torcedores enfrentam um sol escaldante para assistir a final do campeonato rural.
· AS TORRES COM REFLETORES
Observe que nas imagens abaixo apenas um dos postes contém os refletores. Será que alguém da secretaria de esporte ou o próprio prefeito Neném Mourão, tendo em vista que, como ele mesmo diz, faz um “governo transparente”, pode nos dizer onde estão os refletores? De acordo com a planilha que o Correio teve acesso, só para instalações elétricas, teriam sido R$ 22 mil reais. Detalhe: nenhum dos refletores da torre da direita estão funcionando.
· O ALAMBRADO
· A PLACA INDICATIVA DA OBRA
Para se ter uma idéia das irregularidades, a placa indicativa da obra, que apresenta os custos, as fontes do recurso e prazo para execução da obra, constitui um mistério para os buritienses, segundo relatos menos de 24h após ser colocado foi retirada. As razões só mesmo o prefeito para explicar.
· INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS
Não restam dúvidas, pelas imagens, que nada foi feito nesse quesito.
Entrada do vestuário |
Observe nas imagens abaixo como o esgoto e o mato dificultam o acesso ao estádio pela lateral:
Imagens valem mais que palavras. É chegada a hora do povo de Buriti retirar a venda que cobre seus olhos e perceber que o rei está nu. A luta do Correio Buritiense não é contra pessoas, mas pela defesa e bom uso do dinheiro coletivo, dinheiro suado que cada um dos buritienses deposita nas contas públicas através de impostos que estão embutidos em tudo que se compra, desde um simples chiclete “big big”, de dez centavos, até valores maiores como IPVA.