Terezinha de Jesus Bastos, uma negra, bonita e
uma pessoa humana muito especial era afilhada dos meus pais, foi criada desde
os oito anos de idade pelos meus avós e já mocinha assumiu o comando da
administração da Cozinha, para ser mais claro e mais sincero, assumiu a função
de COZINHEIRA e consequentemente as responsabilidades inerentes a esse mister. Era
entretanto muito competente, muito responsável e criativa na arte de cozinhar e
em outras atividades domésticas, dentre elas lavar e passar roupas de toda a
família.
Na casa dos meus avós paternos, Ângelo Pio
Passos e Constância Furtado de Moura Passos convivíamos doze netos e sobrinhos deles
e todos nós Amávamos a Tereza, como a chamávamos, e também éramos por ela Amados.
Ela cuidava com muito carinho das nossas roupas e tinha um zelo especial pelas
nossas Fardas Escolares e as mantinham sempre impecáveis. Tereza foi
alfabetizada pelo meu Pai, seu padrinho, que era um exímio Professor Primário
particular, com apenas o Terceiro Ano do Curso Primário. Tereza, era bem desenvolta
na leitura e na escrita, pois se dedicava em aprender mais com o meu auxílio,
já que não frequentou uma escola regular, o que eu considerava uma Injustiça
dos meus avós, considerando-se que ela era a fiel colaboradora e amiga de toda
a família, sem de nada reclamar.
Com a partida dos meus avós para Belo
Horizonte, Minas Gerais, para tratamento de comorbidades do meu avô, que
infelizmente lá faleceu, Tereza foi morar em São Luís na casa de minha tia
Arinda, irmã mais nova do meu pai. Eu, o meu irmão Wilson e a minha irmã
Erinda, também seguimos posteriormente para a Casa de tia Arinda, eu e Wilson,
depois que foi extinto o Internato na Escola Técnica Federal do Maranhão, e
novamente voltamos a ter a companhia, os cuidados e o carinho da nossa Irmã
Tereza, que graças ao Senhor nosso Deus e a tia Arinda, começou a estudar no
curso Primário noturno e concomitantemente o curso de costureira que com muita
dedicação foi Vitoriosa na conclusão dos dois cursos.
Após o falecimento de nossa tia Arinda, Tereza
contraiu matrimônio e construiu família própria, sendo a sua casa um ponto de
encontros nosso, onde continuamos a dar e receber o mesmo amor e carinho,
vivendo alegrias com os nossos sobrinhos filhos dela e do seu esposo Gregório,
a quem chamávamos de cunhado. Foram muitos anos esta convivência até que nossa
Amada irmã Tereza foi acometida da traiçoeira doença ALZHEIMER que a fez perder
a sua memória por completo ao ponto de não conhecer seus próprios filhos. Eu
estava em viagem para Teresina e quando retornei fui visitar minha irmã Tereza e
uma surpresa que momentânea encantou-me e a todos os filhos dela e ao seu esposo:
Ela ao ouvir a minha voz, levantou-se e seguiu na minha direção chorando
copiosamente, falou bem alto e abraçou-me bem forte dizendo, meu irmão Djalma,
eu estava te esperandooo. Abracei-a também e não dominei as lágrimas e
permanecemos abraçados por alguns minutos até quando repentinamente senti-a
desfalecer e eu em pleno vigor da minha juventude, a amparei e a levei para um
sofá e ela nos meus braços sussurrou: obrigado meu irmão e partiu para o Jardim
Celestial, porque ela foi na Terra um ANJO DE BONDADE.
Minha INESQUECÍVEL Tereza, Você continua na minha Mente e na Minh'Alma a TEREZINHA DE JESUS BASTOS, MINHA IRMÃ DO CORAÇÃO.
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