ALMOÇAR
E JANTAR POR 1 REAL
Em fevereiro de 2015 estando no centro da capital Goiânia, após a prova escrita para ingressar no Mestrado de Ciências Ambientais, encontrei um Restaurante Popular, onde a comida era vendida por 1 real. Amante de lojas de produtos importados, principalmente chineses, onde se vende muitas coisas de 10, 3, 2 e 1 real, comprei um ingresso no Restaurante para almoçar. Amei, além do valor do almoço, o cardápio, a boa qualidade dos alimentos servidos para a população, como a limpeza e organização do restaurante.
Sendo classificado em todas as etapas para o Mestrado na cidade de Anápolis (distante 50 km de Goiânia), fui aceito para morar com três estudantes africanos (um moçambicano, um angolano e um senegalês – este refugiado muçulmano, convertido ao Cristianismo em seus país, devido, condenado a morte pela família dele).
Nos dias que antecederam o iniciou das aulas do Mestrado na Universidade de Anápolis/UNIEvangélica, pus me a caminhar pelo centro dessa feliz cidade goiana e alguns bairros, buscando conhecer a cidade que iria morar nos próximos dois anos. Dentre as descobertas em Anápolis, encontrei um Restaurante Popular, cuja comida também era vendida por 1 real. Alegrei -me. Iria economizar meu dinheiro, como o tempo no fazer comida em casa, tendo mais horas para os estudos e leituras.
Como a casa dos estudantes africanos ficava nas adjacências da universidade e o Restaurante Popular 4 km, somente algumas vezes saia caminhando para almoçar por 1 real. Porém, estando no centro, era certo enfrentar umas das duas filas do Restaurante, degustando a boa comida ofertada.
Fui feliz em viver em Anápolis. Assim como sou feliz vivendo com os indígenas e gente de diferentes partes do planeta.
Nisto, voltando há uma semana da Terra Indígena Krikati, estando em Caxias, Fabinho – motorista da Van que viajaríamos até Duque, falou que gostaria de chegar a tempo de comer no Restaurante Popular. O mesmo foi inaugurado um mês atrás pelo Governo do Estado do Maranhão, estando fazendo sucesso na cidade. Gostei de saber a notícia e logo chegando em casa, cujo Restaurante fica 300 metros, localizando no prédio do Antigo Teatro Municipal, fui ao Restaurante. Voltei a comer novamente por 1 real, após 5 anos , mas agora na minha terra.
Na fila, amigos e conterrâneos. Contente e feliz, rindo gargalhadas altas, fazendo outros sorrirem, contanto histórias dos dois meses na aldeia dos Krikati e dos dias que almoçava em Anápolis por 1 real, sentia também saudades do Goiás.
Em Duque, assim como Anápolis - GO, constatei todas as pessoas das classes sociais B, C, D, E frequentam o restaurante popular. Com um diferencial, muitas crianças frequentam em Duque e é servido jantar também por 1 real, pois no Modelo de RP do Maranhão, a segunda refeição (sopa, cachorro-quente, sucos etc.) são servidas para segurança alimentar do povo.
As nutricionistas Thaís Costa e Anastácia Almeida, ambas filhas do Garapa, recém-formadas no Piauí em conversa gentil comigo me notificaram que o Restaurante da cidade tem capacidade de servir 500 refeições, chegando em média ser servidas 450 refeições, numa cidade de 6 mil pessoas. Algumas comem até duas ou três vezes. E no jantar, servindo 250 refeições leves se chega vender 80% dos pratos.
Então, esse programa de segurança alimentar é potencialmente oportuno para famílias carentes, bem como estudantes, aposentados idosos, funcionários públicos, trabalhadores rurais, pessoais de comunidades tradicionais estando na cidade na hora no rango; além de visitantes e turistas sem muito dinheiro; mais pessoas que gostam de observar gente.
Tenho histórias pra contar de almoços por 1 real em Restaurante Popular das cidades de Goiânia, Anápolis, São Luís, Imperatriz e agora no Garapa, garantindo que os cardápios degustados neles são em lugares limpos e higienizados; cardápios diversos, diferentes todo dia, bem cozidos ; tendo também a alegria de se economizar muito tempo e dinheiro com gás de cozinha e outros encargos culinários; matar fome, tendo assim mais tempo para outras atividades do viver de cada dia.
Que dure um bom tempo o comer por 1 real, até mesmo por 2 reais.
SOBRE O AUTOR-
Francisco Carlos Machado - Escritor, poeta, professor, titular da cadeira nº 20 da Academia Buritiense de Artes Letras e Ciências (ABALC).