*Por Josealdo Silva- filósofo, psicólogo e psicanalista
Segundo Aristófanes, fomos seres redondos com
quatros pernas, quatro braços, quatro orelhas, dois rostos e duas genitálias.
Tão alto-suficientes e cheios de si nessa completude, fomos divididos ao meio
pelos deuses. Desde então cada metade ficou condenado à falta, a incompletude e
a tarefa do reencontro da parte perdida da parte perdida da parte que completa
nosso ser originário.
No mito de Androgenia de Aristófanes, o amor
aparece como signo da busca da completude, estamos condenados a buscar no outro
aquilo que nos falta, um pedaço de representação que fica no outro, um pedaço
de nós que fica outro e que precisamos reaver, o amor salvaria o sujeito da sua
incompletude.
O amor é a forma mais reveladora de reconhecimento
do outro, uma vez que possibilita a cada indivíduo ver no outro um “outro de si
mesmo” isso significa dizer que o amor é uma forma de procurar por nós mesmos,
ou seja, “amar o outro é sempre amar a si próprio”.
JOSEALDO SOUSA SILVA, natural de Chapadinha/MA, é formado em Filosofia (UEMA), com licenciatura em Filosofia Cristã pela Faculdade Filadélfia (CE), e graduado em Psicologia (Faculdade Pitágoras), pós-graduado em Psicopedagogia Clínica (Faculdade FAMEP/IESF) e psicanalista praticante, membro da OrLa-Centro Psicanalítico do Maranhão.