Por Josealdo - filósofo, psicólogo e psicanalista
POR
QUE AS DEPRESSÕES ESTÃO TÃO COMUNS HOJE?
A
sociedade que hoje estamos começou a cobrar das pessoas que o importante é
"ter" que "ter” coisas, "ter" que " ter"
sucesso, " ter" que ser bonito, ter que ser magro, aumentando assim o
conteúdo do depressivo. Nem todo mundo é magro, nem todo mundo é bonito, nem
todo mundo tem dinheiro, nem todo mundo tem sucesso.
Na
sociedade do ““ter” de viver deixou de ser o princípio. Tem que ser: viver
bonito, viver rico, viver feliz, viver cheio de prazer. Então muito desses
adolescentes que começam nas drogas (excesso de álcool, maconha etc.) iniciam o
uso delas como remédio para mascarar a depressão, porque não são felizes. Não conseguem
ser os tops da escola, não vão conseguir a menina ou o menino que querem, porque
ela ou ele está de olho em quem "tem" e não em quem "é". A
depressão, portanto, aumenta e se mistura com a drogadição, porque o sofrimento
hoje é muito maior do que já foi em toda a história da humanidade.
É a dor de viver nesse contexto. Tenho que seguir alguns preceitos que não tenho. Eu não sou rico, não sou alto, não sou bonito, não sou forte, não sou loiro. Então, hoje na sociedade do "ter” há plásticas, as drogas que anestesiam a angústia, a violência. Como eu não tenho o que acho que tenho que "ter" para ser feliz, eu vou buscar. Vou buscar dinheiro para a droga, para o tênis, dinheiro para "ter poder", para ter festa, para ser reconhecido e admirado pelos os outros, muitas vezes roubando, matando, entrando em contextos patológicos, como vender drogas etc.
Assim, a violência é uma marca do Estado
depressivo porque as pessoas depressivas começam a ficar irritadas, a agredir,
se agredir. O suicídio, embora não seja a principal consequência da depressão
pode acontecer, mas nem todo depressivo é um suicida.
SOBRE O AUTOR
JOSEALDO SOUSA SILVA, natural de Chapadinha/MA, é formado em Filosofia (UEMA), com licenciatura em Filosofia Cristã pela Faculdade Filadélfia (CE), e graduado em Psicologia (Faculdade Pitágoras), pós-graduado em Psicopedagogia Clínica (Faculdade FAMEP/IESF) e psicanalista praticante, membro da OrLa-Centro Psicanalítico do Maranhão