Descoberta
da empresa Sorrento não foi testada em humanos e ainda precisa passar por
revisão da comunidade científica.
A empresa americana farmacêutica Sorrento anunciou
na última sexta-feira 15/5 a descoberta de um anticorpo que, segundo eles, é
capaz de barrar 100% das infecções causadas pelo coronavírus Sars-Cov-2,
causador da Covid-19, em células
saudáveis. A empresa já havia anunciado o início das pesquisas
com anticorpos na semana passada.
Vale notar, no entanto, que os resultados são de um
estudo pré-clínico, o que significa que os pesquisadores ainda não tiveram a
oportunidade de realizar testes amplos em seres humanos para aferir sua real
eficácia. Os experimentos foram realizados apenas “in vitro”. Também é
importante observar que o estudo ainda não foi revisado por outros cientistas
para detectar potenciais falhas e inconsistências metodológicas.
De qualquer forma, o anúncio fez com que as ações
da Sorrento disparassem em mais de 100% nesta sexta-feira, refletindo o
otimismo da empresa com um potencial solução funcional contra o coronavírus.
De acordo com a Sorrento, o
anticorpo, que recebeu o nome de STI-1499, se destacou entre bilhões de
candidatos analisados pela empresa e conseguiu inibir totalmente a infecção de
células saudáveis após um período de quatro dias de incubação. Ele age
bloqueando a ação da proteína Spike, que dá o formato de coroa espinhosa ao
vírus, impedindo que ela se conecte aos receptores das células humanas. Com
isso, o vírus não consegue replicar seu material genético e é impedido de se
reproduzir, evitando o desenvolvimento da doença.
A empresa pretende fazer do STI-1499 parte do
Covi-Shield, um coquetel de anticorpos pensado para prevenir a infecção por
múltiplas cepas do coronavírus. No entanto, a Sorrento também analisa a
possibilidade de desenvolver tratamentos utilizando apenas o novo anticorpo no
combate à Covid-19, como aponta o
site TechCrunch.
Agora, a empresa busca a autorização da
Administração de Drogas e Alimentos (FDA) dos Estados Unidos para que seja
possível testá-lo e usá-los em pacientes humanos. Enquanto isso não acontece, a
empresa está acelerando a produção para ter 1 milhão de doses prontas quando a
autorização chegar.
DO TECMUNDO
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