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COLUNA UM OLHAR LITERÁRIO DE BURITI: O Movimento Literário em Nossa Região em entrevista com o crítico literário, ambientalista e poeta Francisco Carlos


O MOVIMENTO LITERÁRIO EM NOSSA REGIÃO
A coluna UM OLHAR LITERÁRIO DE BURITI traz uma entrevista com Francisco Carlos Machado, escritor, professor e poeta, especialista no Ensino de História e Geografia e Mestre em Ciências Ambientais. Trabalho com índios Krikati, na região sul do Maranhão, e em nossa região ele se dedica a desenvolver ações socioambientais em Duque Bacelar, Coelho Neto, Afonso Cunha e Buriti, onde além de já ter lecionado em faculdade, também é membro da AMIB há mais de 10 anos.
Nesta entrevista feita em São Luís discutimos sobre a literatura em nossa região.
Correio Buritiense - Desde quando seu interesse pela literatura em nossa região?
Francisco Carlos - Tudo começa pela APA dos Morros Garapenses. Antes dela ser criada passamos ter contato com os municípios que iria formá-la, principalmente em Buriti, onde tivemos um grupo de professores, alunos e membros da AMIB. À medida que fomos criando mais laços e desenvolvendo ações nos municípios fomos conhecendo diversas pessoas, suas realidades e histórias. Porém, em 2010, quando lançamos livros meus em Buriti, Coelho Neto e Afonso Cunha, me foram apresentados diversos poetas e escritores locais (muitos eram pessoas que conhecia socialmente, mas jamais podia imaginar que escreviam), tendo até livros escritos, mas engavetados. Então, diante dessa realidade, tendo a grande necessidade de conhecer todos os aspectos culturais, ambientais, sociais e políticos da APA, propus estudar e descobrir sobre os literatos existem em nossa região. E para minha surpresa, haviam dezenas deles, morando nas cidades garapenses, como fora delas. Outros haviam já falecidos, como Lili Lago, José Borges, bons poetas.
 CB - Diante das descobertas foi decidiu desenvolver ações?
 FC - Sim! A realidade cultural e social precisa ser mudada. Tínhamos poetas e escritores em nossa região, eles não eram motivados com publicação de suas obras, desconhecidos, não estudados, sendo isso muito ruim para a educação e a cultura das cidades. Assim, em Coelho Neto organizamos um Sarau, depois em Duque uma feijoada, e em junho de 2011 o 1ºEncontro de Escritores da APA. Foi um sucesso de público e crítica. Trouxemos escritores de São Luís, Miguel Alves. Depois o Jornal Pequeno que nos deu cobertura passou publicar poemas de nossos poetas, criei um blog para falar de nossos escritores, você que sempre apoiou e criou uma Coluna Literária em seu Blog. Meu desafio maior foi então organizar um estudo dos poetas da região, no qual publiquemos gratuitamente em 2014 em e-book pela internet.

CB - Essas ações surtiram efeitos?
FC - Certamente. Em Coelho Neto eles organizavam um Salão de Livros que em 2012 homenagearam os literatos da cidade, depois em 2014 a prefeitura publicou uma pequena antologia de músicos, escritores e poetas da cidade. Neste ano nós viajemos para Rio +20, e você, Felipe Neres como literatos locais foram na caravana.  Em Buriti, comecei ser jurado e apoiar o Festival de Poesia desenvolvido pela Elizabeth Faria via AMIB. Quando essa ativista publicou a antologia do Festival em suas quartas edição a mesma usou como fonte a Antologia Vozes Poéticas dos Morros Garapenses para traçar o perfil de alguns jurados e poetas homenageados e que faziam o festival, sendo uma grande alegria para mim. E em Duque Bacelar, devido meus livros e a antologia, tanto eu como os poucos poetas da cidade, passaram receber algumas homenagens em trabalhos de escolas. Uma acadêmica do curso de história até desenvolver um TCC sobre minha vida e poesia.

CB - No próximo final de semana estaremos organizando o 2º Encontro Literário da APA dos Morros Garapenses em Buriti, por que demorou mais de 7 anos para a segunda edição?
 FC - A partir de 2013 devido uma nova etapa de vida tive que ir morar em Brasília para estudar linguística, depois fiquei na cidade para fazer pós-graduação, ficando até 2017 no centro oeste, onde terminei o mestrado na cidade de Anápolis. Essas etapas de estudos e meus trabalhos com os índios krikati, faziam que não tivesse mais tempo e recursos maiores para as muitas das ações que antes fazia em nossa região. Agora, de volta ao Maranhão definitivo, podemos fazer algo a mais, como o 2º Encontro Literário em Buriti. E decidimos fazer na cidade, como esteve presente no dia da reunião do CONAMG, em Duque Bacelar, para motivar a criação da Academia de Letras de Buriti, homenageando a APA em seus 10 anos na cidade com esse grande evento, cuja expectativa será maior que o 1º Encontro.
 CB - Quais são as expectativas e atividades?
 FC - São as melhores planejadas e sentidas. Teremos a presença de mais de 20 escritores, poetas, jornalistas e blogueiros vindos de São Luís, Itapecuru, Caxias, Coelho Neto, Miguel Alves e de Buriti, a cidade que sediará o evento. Todos vêm voluntários objetivando a fortalecer as ações culturais literária da região e as ações feitas pelas diferentes pessoas no decorrer desses anos. Sobre as atividades teremos debates, palestras, oficinas e saraus feitos por esses escritores e artistas de Buriti e região. Tudo será aberto ao público, é essa a nossa maneira de contribuir com nossa gente, sua educação e cultura. Virão estudantes do curso de Letras da UEMA, do IFMA, estudantes de Duque Bacelar juntamente com os estudantes de Buriti.

CB - Será de fato um evento grande, tens conseguido apoio?
FC - Sim. E somos gratos a Secretária de Educação de Buriti, professora Rosinalva e sua equipe, o Prefeito da cidade, mais as Secretárias de Duque, Coelho Neto, além da Federação Maranhense de Academias de Letras, famílias que estão hospedando os escritores, e muitos voluntários do CONAMG e AMIB, (como Nunes, Elizabeth Faria, Raimundo Marques e você, Aliandro) que são, as duas, organizações organizadora do Encontro.

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