A partir deste domingo 17, na COLUNA UM OLHAR LITERÁRIO DE BURITI, passaremos a publicar uma
série de textos sobre a vida de poetas, escritores, críticas de livros
referentes à Buriti de Inácia Vaz, através do escritor e poeta Francisco Carlos
Machado, autor de sete livros já publicados. Confira abaixo o primeiro
texto da série.
LILI LAGO, ILUSTRE POETA E FILHO DE BURITI
*Por Francisco Carlos
Machado
Aristotelino Carvalho Lago,
vulgarmente Lili Lago, filho de Antônio Teixeira Lago e Laura Rosa de Carvalho
Lago, estes oriundos de Brejo, de tradicionais famílias. O bisavô de Lili Lago,
Luís Pereira Lago e o avô Luís Pereira do Lago Junior, foram deputados em
diversas legislaturas no Estado do Maranhão. Nascido em 31 de Março 1911 em
Buriti, fez as primeiras letras na sua terra, de onde partiu para Teresina-PI a
cursar o ginásio no emérito Instituto Demóstenes Avelino, fazendo só até o 2º
ano.
Em Buriti, no exercer de
ocupações, Lili Lago foi Tabelião Público do 2º Ofício e fundador da Escola
Lili Lago, dedicando-se à formação educativa da juventude. Lili foi também o
primeiro agente nos Correios de Buriti. Casa-se em Outubro de 1944 com Letícia
Faria Costa Lago, que fora sua aluna na escola que fundou, tendo originado do
consócio os filhos: Carlos Rogério, Adhemar Wallace, Josélia Maria, Getúlio
Roosevett e Aristóteles Lincoln Lago, Aristotelino Carvalho Júnior e Allan
Acácio.
Desejando residir em São Luís,
deixa sua terra no ano de 1948. Na capital ocupou os cargos de Secretário e
Chefe de Gabinete de diversos prefeitos, chegando a ser um deles presidente da
Comissão de Abastecimento de Preços do Maranhão.
Desde jovem dedicou-se aos
estudos de direito, adquirindo o status de advogado provincionado, tendo assim
exercido o ofício nas Comarcas de Buriti, Coelho Neto e Chapadinha. Político
foi getulista no Estado Novo, e sempre militando no PDT.
Em vida publicou no ano de 1990 o
livro “Meu Baixo Sertão”, obra poética dividida em três partes, “Folclore de
Salão”; “Miscelânea” e “Memórias de minha Infância”. No livro escrito com
versos de rimas leves e transparentes, bastante humor, irreverência e
saudosismo, o poeta Lili descreve as suas vivências buritienses: episódios da
infância e juventude, o cotidiano e a cultura da gente simples de sua terra, as
histórias e os causos; a natureza da chapada, os riachos e morros.
Lili Lago quando organizava em Buriti
o lançamento de “Meu Baixo Sertão”, na noite de 30 de Março de 1990, foi
acometida de um ataque cardíaco fulminante, que lhe ceifou a vida. Faltavam
poucas horas para o poeta completar seus 79 anos, e dos convites para o
lançamento já terem sido enviados aos amigos e conterrâneos.
José Moura, amigo saudosista de Lili,
também editor de “Meu Baixo Sertão”, pelo SIOGE, confidencia que Lili Lago era
um amigo e uma figura humana formidável. Moura pretendia publicar outra obra
poética de Lili, mas após sua morte devolveu o original para a família do
poeta. Porém, como um legado cultural e literário para todos, temos em “Meu
Baixo Sertão”, um testemunho autêntico de um bom poeta, que lutou por justiça e
defendeu os pobres e trabalhadores, descrevendo em versos cândidos os
sofrimentos e a vida do povo de seu torrão natal. Um poeta cujo viver intenso,
apaixonante, se eternizou na poesia como um menino que nadou no riacho do
Morro, catou pequi na chapada, fez grandes amigos, bebeu cachaça a fole e
namorou as caboclas e mulatas da terra de Inácia Vaz.
Em 2014, na 3º Edição do Festival de
Poesia de Buriti, organizado pela AMIB, Lili Lago foi o homenageado neste ano,
tendo assim, partes de sua memória não somente de poeta relembrado e conhecida
pelas novas antigas e novas gerações, como seu nome passa ser fixado como um
dos ilustres filhos de Buriti.
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