JAIR MESSIAS BOLSONARO, 63
anos, é o novo presidente eleito do Brasil, o 38º da nossa História. O capitão
reformado e deputado federal foi eleito pelo PSL, o Partido Social Liberal, ao
qual se filiou meses antes do início oficial da campanha eleitoral de 2018.
Bolsonaro derrotou Fernando Haddad, ex-ministro da Educação e ex-prefeito de
São Paulo que buscava a quinta vitória consecutiva do PT em uma eleição para o
Palácio do Planalto.
A
vitória de Bolsonaro, associada ao resultado na eleição para governador nos
maiores colégios eleitorais do Brasil (São Paulo, Minas e Rio), confirma uma
onda de extrema direita que já havia sido registrada no primeiro turno da
eleição, com mudanças significativas no Congresso Nacional.
Com 100%
da apuração das urnas, Jair
Bolsonaro (PSL) obteve 55,13% dos votos válidos, conquistando
57.796.986 votos. Fernando Haddad (PT) teve 44,87% dos votos, o
equivalente a 47.038.963 votos. A diferença entre os dois candidatos
foi superior a 10,7 milhões de votos. As abstenções somaram 21,3%
(31,3 milhões de votos). Votos brancos foram 2,14% (2,4 milhões de votos) e
nulos, 7,43% (8,6 milhões de votos).
Bolsonaro é paulista, militar da reserva e está em seu sétimo mandato na
Câmara dos Deputados pelo Rio de Janeiro. Surgiu como figura pública no fim dos
anos 1980, protestando contra os baixos soldos pagos à corporação. Foi eleito
vereador do Rio de Janeiro em 1988. No fim de 1990, elegeu-se pela primeira vez
deputado federal. Desde então, permaneceu na Câmara por mais outras seis
legislaturas: de 1995 a 2018. Na eleição mais recente, em 2014, foi o candidato
mais votado do Rio, com mais de 464 mil votos.
Sua campanha baseou-se na
bandeira da segurança pública, do nacionalismo e do fim da corrupção. Também
defendeu a família tradicional e os valores conservadores. Comprometeu-se a
implementar uma política econômica de cunho liberal.
A um mês do primeiro
turno, Bolsonaro levou uma facada no abdome enquanto fazia campanha em Juiz de
Fora (MG). Foi submetido a duas cirurgias e ficou o restante do mês em
recuperação. Recebeu alta no dia 29 de setembro. Mesmo fora do hospital, o
capitão permaneceu em repouso e participou de poucos eventos fora de casa. Com
a justificativa de não colocar em risco sua recuperação, optou por não
participar de nenhum debate durante o segundo turno. Seu principal contato com
os eleitores foi por meio das redes sociais.
Para a campanha de 2018,
declarou um patrimônio pessoal de R$ 2,2 milhões. Seu vice é o general da
reserva do Exército brasileiro, Antônio Hamilton Martins Mourão.
3ª menor vitória
Com esse resultado, Bolsonaro
teve a terceira menor vitória no segundo turno desde a redemocratização. Ele
venceu com vantagens maiores apenas que a de Fernando Collor de Mello, em 1989
(53,03%), e da reeleição de Dilma Rousseff, em 2014 (51,64%).
Em relação ao primeiro
turno, o opositor Fernando Haddad (PT) cresceu mais que Bolsonaro. O
petista ganhou 15.696.741 de votos do primeiro para o segundo turno,
passando de 29,28% para 44,86%. Bolsonaro conquistou 8.519.962 de votos
adicionais, saindo de 46,03% para 55,13%.
O índice de Haddad, entretanto,
foi menor do que o de Dilma (55% em 2010 e 51% em 2014) e Lula (61% nas
duas eleições de 2002 e 2005), que venceram as eleições em segundo turno. O PT
perdeu cerca de 7 milhões de votos em relação à disputa do último segundo turno
presidencial, em 2014.