A Polícia Federal e o Ministério Público cumprem,
desde as 6h desta quarta-feira (29), uma nova etapa da Lava Jato, que agora tem
como alvo o Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ). A força-tarefa batizou a
operação de "O Quinto do Ouro"
A delação premiada do ex-presidente do órgão Jonas
Lopes de Carvalho Filho levou à ação contra cinco conselheiros em pelo menos
dois esquemas de arrecadação de propina para fazer vista grossa para
irregularidades praticadas por empreiteiras e empresas de ônibus que operam no
estado.
São alvos de prisão preventiva os conselheiros
Aloysio Neves (atual presidente), Domingos Brazão, José Gomes Graciosa, Marco
Antônio Alencar e José Maurício Nolasco. O presidente da ALERJ (Assembleia
Legislativa do Estado do Rio de Janeiro), Jorge Picciani (PMDB), também foi
alvo de condução coercitiva.
A operação de hoje tem como principal suporte, além
da delação do ex-presidente do TCE Jonas Lopes de Carvalho Filho, a de e seu
filho, o advogado Jonas Lopes de Carvalho Neto, homologadas recentemente pelo
ministro do Superior Tribunal de Justiça, Félix Fischer.
Além das acusações de terem recebido 1% de propina
sobre o valor dos contratos de obras para não incomodar as empreiteiras -
reveladas pelo GLOBO no âmbito da Operação Calicute - durante o governo de
Sérgio Cabral (2007-2014), os conselheiros são investigados também por obterem
vantagens indevidas a partir do controle do saldo excedente não utilizado pelos
usuários dos bilhetes eletrônicos do RioCard.
Apontado como o coordenador da caixinha das
empreiteiras, Jonas decidiu colaborar com as autoridades após ser levado, sob condução
coercitiva, para depor em dezembro do ano passado na Polícia Federal do Rio. A
mesma operação, batizada de Descontrole, também conduziu o filho de Jonas e o
operador de mercado financeiro Jorge Luiz Mendes Pereira da Silva, o Doda,
suspeito de ser o coletor da propina.