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Coluna SEXTA DE NARRATIVAS – ZÉ ALDIMIRA, MEU AMIGO E PRIMEIRO BORRACHEIRO

 

Carrego comigo há dezenas de anos, lembrando o Poema de Carlos Drummond de Andrade, um pacote de lembranças inesquecíveis do meu Caminhar terreno na minha maravilhosa mente até aqui sem qualquer dano. Hoje ao passar pela Rua Inácia Vaz da minha Buriti querida, vi um garoto tentando encher um pneu da sua bicicleta com uma bomba caseira, sem sucesso. Aproximei-me dele e perguntei se queria ajuda e ele respondeu positivamente. Sendo de pequeno porte, pus a sua bicicleta na mala do meu carro, o convidei para entrar no carro e os levei para uma borracharia mais próxima e resolvi o problema.

Ele ficou contente e agradeceu educadamente. Retornei ao meu destino e passei na frente da casa do JOSÉ ALDIMIRA, que eu ainda menino de calça curta conheci pelo nome de ZÉ ALDIMIRA exatamente quando em situação parecida, fiquei no prego do pneu dianteiro da minha primeira bicicleta, uma Monarc e fui direto à casa do BORRACHEIRO Zé Aldimira. Ele muito atencioso consertou o furo do pneu com uma borracha aquecida a fogo de lenha e disse-me: resolvido o poblema, meu branco. Perguntei-lhe o preço e ele respondeu que não era nada. Eu tinha uma moedinha de mil réis, dinheiro da época, e Ele me disse que era muito. Insisti que recebesse e ele concordou, mas disse-me que no próximo conserto não precisava pagar. Feliz, eu agradeci e naquele dia nasceu mais uma grande amizade.

Muitos anos se passaram e eu apareci já advogado e de automóvel, uma Brasília Azul, precisei do meu amigo Zé Aldimira e ele atendeu-me com a mesma presteza, alegria e delicadeza. Dei-lhe uma nota de dez reais sem perguntar o valor do serviço e ele se assustou dizendo, não é isso tudo não doutor, ao que retruquei pedindo a ele que me tratasse como amigo pois éramos amigos e conterrâneos de longas datas. Dei-lhe um abraço e nos despedimos sorrindo.

Zé Aldimira é filho de dona Aldimira, uma heroína que trabalhou durante toda a sua vida produtiva, como Lavandeira de várias famílias buritienses e com o produto do seu trabalho manteve o sustento do seu filho Zé Aldimira enquanto criança, porém muito jovem, ele também passou a contribuir com o que ganhava como borracheiro na manutenção da família, tornando-se um cidadão de bem e de muitos amigos na nossa cidade de onde nunca saiu. Atualmente está um idoso doente, porém honrado.

Meu caro José Aldimira, saiba que no meu conceito, você é o ZÉ ALDIMIRA, MEU AMIGO E PRIMEIRO BORRACHEIRO, UM HERÓI NA HISTÓRIA do nosso TORRÃO SAGRADO, a nossa Buriti querida!

SOBRE O AUTOR

É buritiense, ardoroso amante da sua terra, deu seus primeiros passos no velho Grupo Escolar Antônia Faria, cursou o Ginásio Industrial na Escola Técnica Federal do Maranhão e Científico no Liceu piauiense e no Liceu maranhense, bacharelou-se em Direito pela Faculdade de Direito/UFMA, é advogado inscrito na OAB/MA, ativo, Pós-graduado em Direito Civil, Direito Penal e Curso de Formação de Magistrado pela Escola de Magistrados do Maranhão, Delegado de Polícia Civil, Classe Especial, aposentado, exerceu todos os cargos de comando da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão, incluindo o de Secretário. Detesta injustiça de qualquer natureza, principalmente contra os pobres e oprimidos, com trabalho realizado em favor destes, inclusive na Comarca de Buriti.

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