Buritiense
da Gema, conforme o dito Popular, dona Rosa Honorato, além de Mãe e esposa
extremosa, dona de casa prendada, era também uma genuína Carnavalesca
buritiense. Afirmo sem medo de contestação, que Ela organizou com as suas
próprias expensas, o principal Bloco Carnavalesco de Buriti que tantas vezes
encheu de alegria contagiante a nossa Buriti querida em todos os períodos
Momescos durante a sua VIDA. Ela sempre no Comando da Folia, incentivando os
brincantes e empolgando a população por onde o Bloco da Rosa Honorato passava
e, na VERDADE, passava por toda as ruas.
A
participação era também de todos os Foliões e Foliãs (Foliãs, por permissivo
linguístico popular) do município, destacando - se de conformidade com a minha
memória, os inesquecíveis conterrâneos e conterrâneas João e Jesus Anselmo,
Marcelino e Deusadete, Glorinha do Neném Aninha, Adonias e Nenezinha, Mundico
Faceiro, Terezinha e Maria Paulinho, Baiquinha e Pacote, Bidica do Cézar
Catanã, Tetê e Zé Aldimira, ZÉ ALDIR, Maria Inês, Paulo do seu Gonzaga,
Chichico e Lourdes de dona Inês. Desses integrantes a maioria já se transferiu
para o Jardim Celeste, deixando lições de ALEGRIA e de boa convivência para
todos NÓS.
Os
filhos de dona Rosa Honorata, Paulo Rosa, José Rosa (ZÉROSA) e José Ribamar, o
Ribinha, também brincavam no Bloco famoso da Mãe, que engrandeceu
brilhantemente a história carnavalesca buritiense por vários anos, sendo
relembrado por inúmeras gerações de filhos desta Terra, que eu a denomino de o
nosso TORRÃO SAGRADO.
Nesta nave chamada Tempo e nesta VIDA passageira, cheia de complexidades, muitas delas que às vezes nos deixam
assustados por não entendermos determinados acontecimentos, principalmente com
pessoas que desde a sua tomada de consciência buscam VIVER com alegria,
honestamente trabalhadoras, humanamente Cristãs e que inspiram e transmitem
energia do bem para todos os que orbitam no seu espaço ou próximos dele,
repentinamente somos surpreendidos com
notícias de que sofreram revés para o qual não contribuíram, pelo menos, no nosso julgamento.
Dona Rosa Honorata foi vítima de um desses revezes. Seu filho Ribinha foi
tragicamente Assassinado em plena Praça da Matriz buritiense, centro de
comemorações festivas da nossa cidade, festas cívicas, esportivas, folguedos
carnavalescos, juninos, Festejo da Padroeira Santana, deixando a nossa Foliã
Rosa, em estado desesperador de tristeza e de SAUDADE, diante dessa perda
irreparável e dolorida, que dilacerou o seu CORAÇÃO e a sua ALMA de mulher e de
Mãe. Essa tragédia ocorreu no início da década de SETENTA, pondo fim à VIDA
ALEGRE dessa mulher ESTRELA que nos encantou com o seu estilo único de fazer do
Carnaval a verdadeira Festa do Povo, de todas as Cores e de todas as Classes
sociais, ricos ou pobres.
Isolou -
se do Mundo exterior recolhendo - se a sua residência até que, atingida por uma
patologia devastadora chamada solidão, veio a falecer, deixando de luto toda a
nossa Buriti.
Saudosa
dona ROSA HONORATO, na condição de seu conterrâneo e amante do CARNAVAL, da
nossa Gente Linda e da nossa Cultura em todos os seus ramos, procurando
homenagear todas as pessoas que se destacaram na vida da nossa comunidade e
tendo a Senhora sido um belíssimo DESTAQUE, eu a distingo com o Título de MAIOR
CARNAVALESCA DE BURITI do SÉCULO VINTE.
SOBRE O AUTOR
É buritiense, ardoroso amante da sua terra, deu seus primeiros passos no velho Grupo Escolar Antônia Faria, cursou o Ginásio Industrial na Escola Técnica Federal do Maranhão e Científico no Liceu piauiense e no Liceu maranhense, bacharelou-se em Direito pela Faculdade de Direito/UFMA, é advogado inscrito na OAB/MA, ativo, Pós-graduado em Direito Civil, Direito Penal e Curso de Formação de Magistrado pela Escola de Magistrados do Maranhão, Delegado de Polícia Civil, Classe Especial, aposentado, exerceu todos os cargos de comando da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão, incluindo o de Secretário. Detesta injustiça de qualquer natureza, principalmente contra os pobres e oprimidos, com trabalho realizado em favor destes, inclusive na Comarca de Buriti.