VOÍNGA
cujo nome batismal era DOMINGAS CASSIANO DE MORAES, uma buritiense legítima do
Povoado Poço Verde, aportou no Povoado Laranjeiras onde residiu até os 104 anos
quando encerrou a sua passagem nesta NAVE chamada VIDA terrena. Foi uma exímia
e espetacular contadora de Estórias de TRANCOSO, com uma memória fantástica,
que me encantou e a todos os meus primos e primas filhos da minha tia Diquinha
e nora dela.
Muitas
noites eu pedia permissão a minha mãe para ir dormir na casa da tia Diquinha
para me deliciar com as suas Estórias. Pedia ao meu pai um pedaço de fumo de corda
para levar de presente para VOÍNGA, pois ela gostava de fumar através de um
cachimbo com um canudo de taboca(bambu) de 12 centímetros de comprimento. Dizia
sempre agradecida ao receber a lembrança: Nún Caricía nã-ú, mêu Fíí, a véa
lhí qué bém- i pur dimâiz!
Chegava a
noite dos dias de ouvir as suas estórias e lá estava eu, os meus primos e
minhas primas no horário costumeiro nas nossas redes, a minha sempre mais
próxima da rede de VOÍNGA porque eu não podia perder nenhuma palavra do enredo,
que variava entre Amores Proibidos, Amores Consentidos, FELIZES para Sempre,
Desilusões e muitos outros temas.
Duas
dessas Estórias marcaram e ficaram gravadas na minha mente, a de Pedro
Malazarte, um esperto Viajante aventureiro e a do João Preguiçoso, um pobre, afilhado
de Nossa Senhora, filho de pai e mãe pobres, que não se conformava em nunca ter
recebido uma ajuda da sua madrinha, cuja estória mencionarei somente a parte
mais interessante, que é o apogeu, porque se contá-la toda não falarei da
protagonista principal, a VOÍNGA.
João
Preguiçoso em um dia comum foi mandado por seu pai a ir colher lenha na
floresta para manter o fogão da cozinha da casa, na verdade uma Trempe, três
pedras grandes postadas em ordem, para segurar as panelas de barro, construídas
artesanalmente pela própria Família.
Recebida
a ordem, partiu o nosso lenhador João Preguiçoso em passos lentos, e ao chegar
no meio da Mata procurou uma árvore frondosa para descansar mais um pouquinho à
sombra dela. Depois desse descanso resolveu cortar as madeiras e transformá-las
em lenha e amarrá-las formando um feixe, após o quê, sentou - se sobre ele e
mais um repouso, para poder retornar para a sua casa. Repentinamente começou a
chover torrencialmente e o caminho se tornou um riachinho. O nosso Preguiçoso
passou a observar a correnteza, momento em que foi surpreendido por um cardume
e logo apressou - se na busca de pegá-lo.
Um
peixinho saltou para fora da correnteza, João o pegou e assustou - se ao ouvi-lo
falar: não pense em comer - me João, sou enviado da sua Madrinha, tire somente
uma escama da minha pele, guarde - a e tudo o que VOCÊ pedir a ela serás
atendido. Ele ajoelhou - se com o peixinho nas mãos, tirou a escama e o soltou
na água. Voltou a ajoelhar - se, olhou para o firmamento celestes, teve a visão
da imagem de nossa Senhora, chorou e agradeceu a ela, pediu perdão por ter
reclamado da falta de ajuda e voltou a sentar - se no feixe de lenha.
Meditou
por alguns minutos, resolveu testar o que lhe recomendara o peixinho e falou:
escaminha faça este feixe de lenha CAMINHAR comigo sobre ele até a minha casa.
Alegre e surpreso percebeu que era verdade o que lhe afirmara o peixinho
mensageiro da sua Madrinha e ordenou que o feixe de lenha passasse na frente do
Palácio do Rei.
No
momento em que passavam pela frente do Palácio, a Princesa estava à janela, os
viu e começou a rir descontroladamente, deixando João Preguiçoso irritado e
imediatamente fez um pedido considerado absurdo: minha escaminha, faça esta
princesa ficar grávida de mim. Este terceiro milagre também aconteceu e o
Reinado ficou em uma longa e incompreensível confusão, até que foi descoberto
quem era o pai da Criança real.
O Rei
contrariado mandou realizar o Casamento, JOÃO PREGUIÇOSO se tornou Príncipe e
muito tempo depois, um Rei criterioso, religioso e BONDOSO para todos os
habitantes do Reinado.
Todas as
Estórias contadas por VOÍNGA tinham uma encantadora magia que nos inebriavam,
uma lição de bondade, de justiça, de dignidade, de humanidade e humildade
Cristã.
Querida e
INESQUECÍVEL VOÍNGA, guardo a sua Imagem e as suas Estórias, que tanto me
serviram de entretenimento, de orientação no meu CAMINHAR, no meu Relicário
mais precioso, a minha mente.
Dona
DOMINGAS CASSIANO DE MORAES, a Senhora proporcionou para nós os seus ouvintes, o
Teatro e a apresentação mais perfeita de uma Atriz Cabocla Pura e divinal que
tivemos até hoje.
Tenho
CERTEZA de que a Senhora está no Jardim celestes, para onde vão todos os
JUSTOS, encantando com o seu estilo simples, brilhante e único a todos os que lhe
rodeiam, diante da Trindade Divina e da nossa Mãe Maria Santíssima, que a
Senhora tanto VENEROU nesta Terra dos Humanos!
AGRADECIDO e SAUDOSO por a Senhora ter feito
parte da minha VIDA e continuar dentro dela até hoje!
Elejo-a
ATRIZ e BRILHANTE CONTADORA DE ESTORIAS DO CINE TEATRO BURITIENSE, sem medo de
Críticas Reprovando a minha atitude.
SOBRE O AUTOR
É buritiense, ardoroso amante da sua terra, deu seus primeiros passos no velho Grupo Escolar Antônia Faria, cursou o Ginásio Industrial na Escola Técnica Federal do Maranhão e Científico no Liceu piauiense e no Liceu maranhense, bacharelou-se em Direito pela Faculdade de Direito/UFMA, é advogado inscrito na OAB/MA, ativo, Pós-graduado em Direito Civil, Direito Penal e Curso de Formação de Magistrado pela Escola de Magistrados do Maranhão, Delegado de Polícia Civil, Classe Especial, aposentado, exerceu todos os cargos de comando da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão, incluindo o de Secretário. Detesta injustiça de qualquer natureza, principalmente contra os pobres e oprimidos, com trabalho realizado em favor destes, inclusive na Comarca de Buriti.
Gente esse prefeito ou é inrresponsavel ou doido, rapaz 35 casos de covid ativo e o cara promovendo quadrilhas em praça PUBLICA, quero ver se vão multar como multaram o CEZINHA, ELDIVAN E OUTROS MAIS
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