Eu era ainda um garoto
de apenas oito anos de idade quando Te conheci já adulto e um próspero
trabalhador na produção de frutos saborosíssimos, que beneficiavam a população
do meu povoado LARANJEIRAS, Espingarda, Mato Seco e até de povoados mais
distantes. Eras PAI de numerosos filhos, que Te rodeavam e Te seguiam em beleza
e arte de produção, seguidos por outros irmãos Teus, todos obedientes a outros
Frondosos produtores Anciões, que povoavam as nossas chapadas e outras áreas
dos baixios buritienses juntamente com outras famílias de árvores frutíferas,
as quais seguiam o Teu mesmo compromisso de servir os humanos com uma variedade
de frutos de sabores agradabilíssimos diversos, com destaque para os
Pequizeiros.
Tu, meu Bacurizeiro Rei
e a tua família, produziam, no entanto, frutos tão maravilhosamente úteis, porque
com eles produziam-se doces, musses, sucos, sorvetes, picolés, bolos, sabões e
até madeira de LEI, como diziam os construtores de casas, residências igrejas e prédios públicos, eras
mais uma fonte grande fonte de riqueza, haja vista que com a tua madeira se
fabricavam ripas, caibros, portas, janelas, esquadrias, estantes,
guarda-roupas, mesas, cadeiras, tamboretes e outros utensílios de uso
doméstico. Eras com a tua bela Raça, muito cobiçados, e ainda o são em face
dessas utilidades.
Por isso passaram as
populações beneficiárias desses produtos tão importantes em suas vidas, a
praticarem duas Ações em torno de Vocês, uma benéfica, de conservação ou
preservação da espécie, que consistia em plantarem nas suas propriedades, as
sementes ou caroços e as mudinhas dos bacuris que nasciam naturalmente em torno
de vocês. Outra maléfica, predatória, a derrubada de Bacurizeiros das Chapada
sem se preocuparem com as reposições necessária nas áreas agredidas.
Posteriormente mais uma
ação, a mais danosa se junta a estas
duas, a chegada de Empresas de plantio de soja, vindas de outras regiões do
país, com um poder muito mais destruidor, pois envolve a compra de propriedade
de grandes e pequenos proprietários rurais, a maioria movida pela ambição unida
à ignorância que se quedaram e ainda se queda freneticamente à FORÇA do
dinheiro dessas Empresas, dinheiro fácil adquirido dos cofres públicos, do
contribuinte, para garantirem o pagamento da aquisição das propriedades dos
conterrâneos locais e colocarem VOCÊS, meu Bacurizeiro Rei, nesta trágica,
triste e desesperadora situação de humilhados ao perderem os
seus filhos pela ação de Máquinas pesadas e do Fogo brutal lançado sobre
todas as nossas floresta, por Mãos assassinas movidas por mentes cruéis, com
o apoio irresponsável de Instituições públicas brasileiras nos três níveis de
governos dirigidos por administradores incompetentes, ou simplesmente desonestos e corruptos.
Vim com o meu pai e os meus
Irmãos várias vezes, por vários anos, neste local e nos abrigávamos na sombra dos
Teus fortes galhos cheios de uma folhagem acolhedora, colhíamos os frutos Teus,
dos teus filhos e dos teus pais, envolvidos por uma brisa que nos matava a
sede, tal o frescor das folhagens de todos.
Agradecidos a VOCÊS e à
Natureza Criadora nos despedíamos na certeza de um até breve.
Hoje retornei neste
mesmo local, sozinho e sozinho Te encontrei VIVO, no entanto, nós dois
entristecidos e acabrunhados, pelo desrespeito e pelo o desprezo que Te
impuseram!
Onde morava a tua
família existe agora um Campo Verde de Soja de um Verde Hostil e Fúnebre, que nos
entristece, nos amedronta e me dá NOJO, no entanto, me revolta e reforça a
minha FÉ e me impulsiona a IMPLORAR ao nosso PAI SANTO, no sentido de dar-me
força para lutar por Ti e pela que resta da Tua Família, porque necessitamos de
VOCÊS, meu querido Bacurizeiro Rei, meu AMIGO.
Eu voltarei pra te rever, com Novidades Alvissareiras, confie e aguarde-me!
SOBRE O AUTOR
É buritiense, ardoroso amante da sua terra, deu seus primeiros passos no velho Grupo Escolar Antônia Faria, cursou o Ginásio Industrial na Escola Técnica Federal do Maranhão e Científico no Liceu piauiense e no Liceu maranhense, bacharelou-se em Direito pela Faculdade de Direito/UFMA, é advogado inscrito na OAB/MA, ativo, Pós-graduado em Direito Civil, Direito Penal e Curso de Formação de Magistrado pela Escola de Magistrados do Maranhão, Delegado de Polícia Civil, Classe Especial, aposentado, exerceu todos os cargos de comando da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão, incluindo o de Secretário. Detesta injustiça de qualquer natureza, principalmente contra os pobres e oprimidos, com trabalho realizado em favor destes, inclusive na Comarca de Buriti.
Nos acréscimos, aos 50 minutos do segundo tempo, o goleiro Pequizeiro faz pênalti no atleta Monocultivo da equipe Destruidora do Meio Ambiente Plantadores de Soja FC.
ResponderExcluirNão há mais como realizar substituições, vai para o gol do Bacurizeiro FC o artilheiro das narrativas. Com altura impressionante e uma grande envergadura, abre os braços para abalar o cobrador da penaliadde, bate as mãos para meter medo, faz cara feia para o jogador Motoserra Agrotóxico. No gol, repito, está Djalma para DEFENDER o Bacurizeiro.
Atenção!!!, vai Motosserra Agrotóxico para cobrança, ele e Djalma, sai, sai, sai, que é sua Djalmaaaaaaaaaaaaaaa. Partida encerrada, repórter do Correio Buritiense pede que o goleiro mande uma mensagem a nação buritiense: "que todos moradores da cidade possam plantar um bacurizeiro e que seja criado o dia dele".