É com imenso pesar que o Correio
Buritiense comunica o falecimento do senhor ABRAÃO
RIBEIRO DA SILVA, ocorrido
às 5h deste sábado 16/5.
Seu Abraão, como era chamado, aos 96 anos de idade
e com saúde já debilitada, não resistiu às complicações em decorrência da
Covid-19, doença do novo coronavírus, contra a qual lutava desde sua internação
há alguns dias no HTB – Clínica, em Buriti (MA).
O sepultamento, seguindo recomendações
das autoridades sanitárias de saúde, ocorreu às 10h de hoje no cemitério
municipal São José, próximo à sua residência, na Rua Inácia Vaz, centro da
cidade.
Abraão Ribeiro, filho de Gedeão Ribeiro da Silva e
Zulmira Marques da Costa, nasceu em 15 de maio 1924 na localidade São
Francisco, interior do município de Buriti.
De família rural, o menino passou a ajudar desde
cedo nas lavouras, na criação dos animais e na extração de frutos nativos do
cerrado. Não tendo professora em seu povoado, e já com idade de alfabetização,
aos sete anos, Abraão caminhava 2 km até a casa de sua professora, contratada
pelos pais para lhe ensinar a ler, escrever e contar. Em um ano de estudos
particulares conseguiu ser alfabetizado.
Em 1933, aos 9 anos, Abraão sente forte a perda do seu
pai Gideão e a família do falecido, inicialmente, passou grandes dificuldades
financeiras, conseguindo superá-las.
Em 1944, Abraão casa-se com Angélica Januário, com quem teve 15 (quinze) filhos, alguns em
memória, 29 (vinte e nove) netos, 24 (vinte e quatro) bisnetos e 2 (dois)
tetranetos.
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Abraão Ribeiro e sua digníssima esposa Angélica Januário. |
Com a esposa, passou a dividir
as tarefas de comerciante, ele era responsável pelas compras feitas em
Teresina, Parnaíba, Chapadinha, bem como em Buriti. O comércio girava em
torno da compra da produção de gêneros produzidos nas roças pelos moradores da
redondeza nas terras arrendadas por ele. Seu Abraão comercializou em quase todo
território buritiense.
Com morada em vários povoados,
como João Lobo, Boa Hora, Sítio Velho, Vargem, Pedras, Barra Nova, Pé da Ladeira,
em 1974, ele e a esposa mudam-se definitivamente para a cidade de Buriti.
Homem culto, politizado, educado,
muito religioso e sábio, nos lugares onde morou, trabalhava gratuitamente
com muito amor para as comunidades, pregando o evangelho, alfabetizando os
adultos, cuidava da saúde dos moradores e vizinhos.
Líder comunitário, Seu Abraão implantou e presidiu Comunidades Eclesiais de Base na sede
municipal e em vários povoados, participou da criação da Frente dos
Trabalhadores Contra as Secas, fomentou ativamente o movimento Sindical dos
Trabalhadores Rurais, participou da criação da Pastoral da Criança em Buriti e de
vários conselhos municipais, como o Conselho Tutelar, fundou a Colônia de Caça
e Pesca, colaborou com a implantação do Estatuto da Criança e do Adolescente na
cidade. Criou e presidiu o PDT em Buriti por vários anos, por meio do qual foi
candidato a vereador e vice-prefeito, de forma que participou ativamente dos
movimentos pelos direitos dos trabalhadores, um homem incansável.
Amante da literatura,
em especial da poesia, Abraão gostava muito de ler, de escrever poemas e
cordéis e também recitá-los. Nos anos 80, começou a escrever poemas, em 1996, lançou
o folheto MINHA TERRA, com
300 versos descrevendo, com riqueza e simplicidade, os ecossistemas de Buriti,
sua flora e fauna, a vida social, cultura e a religião de sua terra. Seus
textos abordam homenagens a pessoas e a datas comemorativas, numa poética cheia
de lirismo e romantismo.
Como poeta, desde 2010, participou com destaque nos
Festivais Buritienses de Poesias, promovidos, bienalmente, pela AMIB. Fragmentos
das suas produções poéticas estão reproduzidas nos livros “Aventuras
Literárias”, lançado pela AMIB, em 2017, e “Vozes Poéticas dos Morros
Garapenses”, uma antologia de poetas da região da APA, com 2ª edição em
2019.
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Ilustre Cidadão Buritiense. |
Em
2010, recebeu a comenda de "Ilustre Cidadão Buritiense", por
prestar relevante contribuição à arte, a cultura e à população de Buriti.
*Dados biográficos extraídos dos livros “Buriti: nosso berço nossa
história” e “Vozes Poéticas dos Morros Garapenses”.
É com muita tristeza que nos despedimos do nosso patriarca, foi um homem de uma história de vida ilibado. Ele nos deixa de coração partido, não só por sua partida mas pela maneira, mas que Deus e Nossa Senhora o receba de braços abertos.
ResponderExcluirDeus e nossa senhora em sua infinita misericórdia e bondade o acolha em seus braços misericordiosos.E dê consolo a dona Angelica,aos filhos,netos,bisnetos,amigos e a todos os familiares.Nossos sentimentos a família enlutada.Francisca Costa conterrânea e seu esposo Marcos Teixeira e filhos Matheus,Jonas e Izabel.
ResponderExcluirMeus pêsames família inlutada
ResponderExcluirMeus pêsames a familia e que Deus console a familiares e amigos, pois como homem religioso que era, com certeza estara ao lado de Deus.
ResponderExcluirComo ficou aquelas fraudes na folha de pagamento do município de Coelho Neto, da época do prefeito Soliney? 60 mil todo mês!!! Essa fotografia não sai do meu arquivo.
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