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Desempregada tem auxílio emergencial negado Foto: Agência O Globo |
Capixaba não conseguiu benefício porque em sua
carteira de trabalho consta que ocupa o mais alto cargo da nação.
Desempregada, Adeyula Dias Barbosa Rodrigues,
de 31 anos, teve seu auxílio emergencial negado. Ao consultar a sua carteira de
trabalho digital encontrou dois empregos em aberto, sendo um com o cargo de
“presidente da República”, pela Secretaria de Estado de Educação do Espírito
Santo.
A capixaba está sem trabalho desde que
foi exonerada do cargo de auxiliar de secretaria escolar da prefeitura de Vila
Velha, em março de 2019. No entanto, este contrato também aparece em aberto na
sua carteira de trabalho digital.
O marido de Adeyula teve o salário reduzido
pela MP 936 e ela tem
dois filhos, de 7 e 11 anos. Assim, deveria estar habilitada a receber o auxílio.
No entanto, ao fazer a solicitação,
aparecia no aplicativo que ela era trabalhadora formal e, portanto, não tinha
direito.
Para
Adeyula, os R$ 600 fariam toda a diferença neste momento:
- O salário reduzido do meu marido mal dá
para as despesas básicas, e as contas estão atrasadas. Faço faculdade à
distância e não estou conseguindo pagar. Preciso muito resolver isso, mas não
consegui atendimento nos departamentos de recursos humanos.
Em nota, a Secretaria de Estado de
Educação do Espírito Santo informa que seu cadastro lista a servidora como
“cuidadora”. Segundo o órgão, a opção “presidente da República” sequer consta
no sistema.
Já a prefeitura de Vila Velha reconhece
que, em 2019, Adeyula foi desligada por término de contrato.
E o que Adeyula faria se chegasse ao mais
alto cargo da nação?
- Sou a favor do isolamento social, única
forma de protegermos as nossas vidas. O auxílio emergencial é fundamental para
nos mantermos neste momento. Mas quem deveria receber não está recebendo. Se eu
fosse presidente da República, iria regularizar as informações e fazer uma
análise decente, para que o dinheiro chegasse a quem necessita – diz.
* DE O GLOBO