Carmen Eliza
Bastos de Carvalho teve imparcialidade questionada após fotos em apoio a
Bolsonaro e a deputado do PSL.
A promotora de Justiça Carmen
Eliza Bastos de Carvalho, do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ),
pediu afastamento voluntário das investigações sobre os assassinatos da
vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes.
A decisão ocorre após a promotora ter sua
imparcialidade questionada em função de publicações em apoio ao presidente Jair
Bolsonaro (PSL) e ao deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL-RJ), conhecido por
quebrar a placa de Marielle em evento na capital fluminense.
Em nota, a Procuradoria-Geral de Justiça do MP-RJ
reconheceu o “zeloso trabalho” exercido da promotora no caso e afirmou que a
decisão ocorreu após avaliarem que acontecimentos recentes alcançaram o
ambiente familiar e profissional.
A própria promotora escreveu uma nota de
esclarecimento. Carmen Eliza argumenta que exerce plenamente os direitos à
liberdade de expressão e de manifestação ideológica garantidos na Constituição.
“O Promotor de Justiça não perde a sua qualidade de
cidadão”, escreveu Carmen. “Jamais atuei
sob qualquer influência política ou ideológica. Toda a minha atuação é pública
e, portanto, o que afirmo pode ser constatado. Sempre pautei minha atividade
profissional pela correta aplicação da lei. ”
Segundo a Procuradoria, os próprios pais de
Marielle, Marinete da Silva e Antônio Francisco da Silva, e a viúva de Anderson
Gomes, Agatha Arnaus Reis, defenderam a permanência de Carmen à frente do
processo, durante visita ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime
Organizado (Gaeco) do MP-RJ, nesta sexta-feira 1. No entanto,
Carmen frisou, em nota, que fez a opção de se afastar do caso por
“profundo respeito aos pais da vítima” e por evitar que haja “intranquilidade
pela condução da ação penal”.
Carmen era uma das três promotoras que atuavam no
caso e participou de uma entrevista coletiva na quarta-feira 30. À
imprensa, afirmaram que o depoimento do porteiro do condomínio Vivendas da
Barra é incompatível com áudios analisados pelo MP. Segundo
o porteiro, uma pessoa que se identificou como “Seu Jair” autorizou a entrada
do ex-PM Élcio de Queiroz no condomínio, no dia do homicídio de Marielle. A MPF
sustenta que a permissão foi dada por Ronnie Lessa, vizinho de Bolsonaro.
Da Carta Capital
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