Consultas "informais" foram feitas até para saber
se seguranças de Lula compraram geladeira e fogão para o sítio de Atibaia.
Além de (1) incentivar secretamente investigações de ministros do
Supremo Tribunal Federal, (2) colaborar de forma proibida com então juiz Sergio Moro, (3)
usar partido político e grupos da sociedade civil como lobistas para emplacar
suas pautas políticas, (4) tramar o vazamento de uma delação para interferir na
política de outro país e se encontrar secretamente com banqueiros em pleno ano
eleitoral, os procuradores da operação Lava Jato também usaram o Telegram para
obter informalmente dados sigilosos da Receita Federal – ou seja, sem
nenhum controle da Justiça.
O coordenador da
força-tarefa, Deltan Dallagnol, e seus colegas em Curitiba recorreram em
diversas ocasiões a um informante graduado dentro da Receita para levantar o
sigilo fiscal de cidadãos sem que a Justiça tivesse autorizado a quebra. As
investigações clandestinas são reveladas neste domingo 18/8 pelo Intercept em
parceria com a Folha de S. Paulo, graças ao arquivo da Vaza Jato.
Para obter os dados
sigilosos, os procuradores recorreram ao auditor fiscal Roberto Leonel, que
chefiava a área de inteligência da Receita em Curitiba, onde trabalhava. Leonel
é hoje presidente do Coaf e foi levado ao governo de Jair Bolsonaro por Sergio Moro.
A relação entre
Leonel e a força-tarefa era tão próxima que eles pediram para o auditor
informações sigilosas de contribuintes até mesmo para verificar hipóteses sem
indícios mínimos. A Lava Jato, como o Intercept mostrou em parceria com o El
País, já se movimentou contra seus inimigos declarados motivada apenas
por boatos.
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