Pacote
de medida que prever até RS 2 bilhões é divulgado após interferência do
Planalto na Petrobras.
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Governo teme nova paralisação e cede às demandas dos caminhoneiros / Agência Brasil |
Na
esteira da recente interferência direta do presidente Jair Bolsonaro no preço
do diesel, na última quinta-feira 11, o governo federal anunciou nesta
terça-feira 16/4 um conjunto de medidas para agradar aos caminhoneiros. Com o
pacote, o governo federal escancara a fobia de uma paralisação nacional da categoria,
como aconteceu em maio de 2018.
Entre
as medidas anunciadas pelo Palácio do Planalto, estão a liberação de R$ 2
bilhões para obras nas rodovias e mais R$ 500 milhões, via Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para linha de crédito que atenderá
os caminhoneiros autônomos que queiram investir em manutenção dos caminhões e
compra de pneus. O valor autorizado será de até R$ 30 mil por pessoa com um
limite de dois veículos por CPF.
A linha de crédito deverá ser ofertada,
inicialmente pelo Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Cada caminhoneiro
terá direito a R$ 30 mil para comprar pneus e fazer a manutenção dos seus
veículos.
O
governou também se comprometeu com a conclusão das obras da BR-163, fundamental
para o setor do agronegócio na região Centro-Oeste, que pretende utilizar a
rodovia para escoar sua produção. Além disso, o Planalto anunciou que irá
pavimentar estradas e construir áreas de descansos nas vias.
De acordo com o ministro da Casa Civil, a falta de
manutenção de veículos é um dos principais problemas, identificados em blitz da
Polícia Rodoviária Federal, que impacta na segurança das rodovias brasileiras.
Manter as condições dos caminhões em ordem também tem um custo alto para os
profissionais autônomos, segundo o ministro.
A política de preço de combustíveis e as medidas
para atender o setor de transporte de cargas, como o tabelamento do frete,
foram tema de reunião ontem (16), no Palácio do Planalto, entre ministros de Estado,
o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco e o diretor-geral da Agência
Nacional do Petróleo (ANP), Décio Oddone. O presidente do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, participou por meio
de videoconferência.
POLÍTICA DE PREÇOS
A política de preços da Petrobras também é uma
reivindicação dos caminhoneiros e será tema de uma nova reunião na tarde de
hoje, desta vez com a presença do presidente Jair Bolsonaro. Pela manhã, o
presidente se reuniu com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e com
representantes de empresas do setor de combustíveis.
Na semana passada, a Petrobras havia anunciado um
reajuste de 5,7% do no preço do óleo diesel nas refinarias, mas a medida foi
suspensa a pedido do presidente Jair Bolsonaro.
O presidente disse que há preocupação com o
reajuste dos combustíveis pelo impacto no setor de transporte de cargas,
afetando diretamente os caminhoneiros. Em maio do ano passado, a alta no preço
do combustível levou à paralisação da categoria, que afetou a distribuição de
alimentos e outros insumos, causando prejuízos a diversos setores produtivos.
Após a decisão de suspender o reajuste do diesel na
sexta-feira (12), houve queda na bolsa de valores e
desvalorização de 8,54% das ações da Petrobras, o que resultou numa perda de
valor de mercado de R$ 32 bilhões da empresa num único dia. Apesar de negar que
está intervindo nos preços, o mercado costuma reagir mal quando o governo
interfere diretamente em uma estatal competitiva como a Petrobras.
Em março, a Petrobras já havia anunciado mudança
na periodicidade do reajuste no preço do diesel nas
refinarias. Segundo a estatal, os preços nas refinarias da companhia
correspondem a cerca de 54% dos preços ao consumidor final e não será
reajustado em prazos inferiores a 15 dias.
*
Com informações da Agência Brasil e Brasil
de fato
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