Polícia Civil investiga a hipótese de crime motivado por ódio
racial; ele era formado em Licenciatura Intercultural Indígena da Mata
Atlântica e estava inscrito para fazer doutorado.
O índio MARCONDES NAMBLÁ XOKLENG, de 38
anos, da etnia Laklãno-Xokleng, foi agredido a pauladas até a morte, na
madrugada do último dia 1º, no balneário de Penha, litoral de Santa
Catarina.
O indígena, que era professor formado pela
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), chegou a ser levado para um
hospital, mas não resistiu. Uma câmera de monitoramento filmou a agressão,
praticada por um homem que estava acompanhado por um cachorro. A Polícia Civil
investiga a hipótese de crime motivado por ódio racial.
A Fundação Nacional do Índio (Funai) e o
Conselho Indigenista Missionário (Cimi) acompanham as investigações. Para o
Cimi, o crime tem relação com intolerância étnica.
Ele aproveitava
o período de férias escolares para vender picolé em Penha, destino turístico
bastante procurado nesta época do ano. As imagens registradas por câmeras de
segurança instaladas próximas ao local da ocorrência exibem o momento em que o
professor é abordado por um homem portando um pedaço de pau.
Marcondes aparece próximo a uma esquina,
com uma das mãos apoiadas contra um poste de sinalização. O desconhecido parece
falar algo ao índio, que não esboça qualquer reação. Subitamente, o homem
desfere uma primeira paulada contra a cabeça do professor, que cai no chão e
continua sendo agredido. O homem ameaça deixar o local, mas ao perceber que o
índio está vivo e tenta se levantar, retorna e volta a golpear o indígena após
perceber que ele ainda se mexia.
Encontrado desacordado e com suspeita de
traumatismo craniano, o índio foi levado pelo Corpo de Bombeiros para o
Hospital Marieta Konder Bornhaunsen, em Itajaí, mas não resistiu aos ferimentos
e morreu. Parte inferior do formulário
Casado e pai de cinco filhos, Marcondes
ensinava a língua indígena em sua aldeia, uma das oito da terra indígena. Ele
era formado em Licenciatura Intercultural Indígena da Mata Atlântica e estava
inscrito para fazer doutorado.
De acordo com uma parceira de trabalho,
Janaina Hubner, o colega era evangélico e não bebia. Eles tinham vendido
sorvetes durante o dia todo e, durante a noite, Marcondes saiu sozinho para ver
a queima de fogos na orla, mas não retornou. No dia seguinte, os colegas
descobriram que ele estava no hospital.
CIMI DENUNCIA ONDA
DE INTOLERÂNCIA CONTRA INDÍGENAS
Em nota, o Cimi pediu agilidade nas
investigações, alertando para o que classifica como uma “onda de intolerância
contra indígenas no litoral de Santa Catarina”, para onde grupos de índios
costumam se deslocar durante o verão a fim de vender seus produtos,
especialmente o artesanato.
Para a entidade indigenista, o Ministério
Público Federal (MPF), a Fundação Nacional do Índio (Funai), o Ministério da
Justiça e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) devem procurar
“ampliar o diálogo com as autoridades municipais - especialmente as situadas no
litoral – para que acolham com respeito os indígenas e lhes resguardem o
direito de ir e vir, de frequentar as praias e de percorrer avenidas, ruas e
estradas”.
Também em nota, o Núcleo de Estudos de
Povos Indígenas (Nepi), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),
manifestou “profundo pesar” pelo “assassinato cruel” do professor indígena.
Para os membros do núcleo universitário,
“Marcondes fazia parte de uma geração que vislumbrou na universidade um lugar
para compreender melhor as dinâmicas políticas, econômicas e sociais que, ao
longo da história, atingiram seu povo de forma injusta e sangrenta”.
Cimi e Nepi manifestam, em suas notas, que
o assassinato de Marcondes - um ano após uma criança kaingang de apenas dois
anos de idade ser degolada por um desconhecido nos braços da própria mãe, em
Imbituba, em Santa Catarina – decorre do contexto de intolerância étnica e
anti-indígena no estado. “A violência aos povos indígenas é sistemática,
diária, individual e coletiva”, sustenta o Nepi.
(Da Agência Brasil;
Folha SP)
nosso decimo dos a.c.s caio dia 28 de dezembro e ate hoje nunca foi repassado para nossas contas eita prefeito emrrolado
ResponderExcluirpaga nogento
aqui em buriti justiça nem tem todos se faz cego e de mudo acordem vamos trabalhar eita buriti da peste assim n dar justiça fraca mas que caldo de peteca
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