Para
o presidente da instituição, Ilan Goldfajn, subida vertiginosa 'sem lastro e
sem regulação' de moedas virtuais sinalizam risco.
Do
O Estado de S. Paulo
O presidente
do Banco Central, Ilan Goldfajn, fez duras críticas à valorização das moedas
virtuais nesta quarta-feira 13. Para Goldfajn, o crescimento vertiginoso da
Bitcoin e de outras criptomoedas é típico de uma “bolha” ou “pirâmide”. O
comandante do BC orienta ainda que as pessoas evitem esse tipo de investimento,
já que estes não são regulados pelos bancos centrais.
Nas
palavras do presidente do Banco Central, as moedas virtuais hoje são usadas com
duas funcionalidades: compra e revenda com um preço maior em seguida. O
comportamento, segundo Ilan Goldfajn, é típico de uma bolha ou pirâmide, risco
que deveria ser levado em consideração por quem deseja transacionar essas
moedas. “Não é algo que nós reguladores
deveríamos incentivar”, declarou.
“Como estão
hoje, com essa subida vertiginosa sem lastro e sem regulação, essas moedas
levam a um risco tal que o BC emitiu um alerta. Isso tem que ser levado em consideração
por aqueles que compram e transacionam essas moedas”, respondeu, em entrevista coletiva para fazer um
balanço da instituição em 2017 e das ações da Agenda BC+. Goldfajn disse ainda que
essas moedas também podem ser usadas para atividades ilícitas. “Usar esse tipo de moeda não isenta do
crime, da pena e da punição”.
Ele
também comentou o fato de algumas pessoas nos Estados Unidos já estarem hipotecando suas casas
para adquirir moedas virtuais. “Não
hipoteque sua casa para comprar essas moedas. A nossa ideia é ter muito
instrumento e muito ativo para transacionar.”
Em
novembro, o Banco Central emitiu um alerta sobre os riscos da Bitcoin. No documento, a
instituição alerta que a compra e guarda dessas moedas virtuais estão sujeitas
a riscos, como a possibilidade de venda de todo o capital investido. Apesar das
polêmicas ao redor do mundo, o Bitcoin estreou na bolsa de Chicago nesta semana e bateu os
US$ 18 mil (cerca de R$ 60 mil).