O Brasil é hoje presidido por seu
maior e mais perigoso criminoso, chamado Michel Temer; quem afirma, em
entrevista concedida à revista Época, é o empresário Joesley Batista, do grupo
J&F. Temer, Eduardo, Geddel, Henrique, Padilha e Moreira. É o grupo deles.
Quem não está preso está hoje no Planalto. Essa turma é muita perigosa.
O empresário Joesley Batista, dono do grupo
J&F, que controla a JBS, decidiu quebrar o silêncio e afirmou que o Brasil
é hoje presidido por seu maior e mais perigoso criminoso. Sim, ele mesmo,
Michel Temer.
"O Temer é o chefe da Orcrim da Câmara. Temer,
Eduardo, Geddel, Henrique, Padilha e Moreira. É o grupo deles. Quem não está
preso está hoje no Planalto. Essa turma é muita perigosa. Não pode brigar com
eles. Nunca tive coragem de brigar com eles. Por outro lado, se você baixar a
guarda, eles não têm limites. Então meu convívio com eles foi sempre mantendo à
meia distância: nem deixando eles aproximarem demais nem deixando eles longe
demais. Para não armar alguma coisa contra mim. A realidade é que esse grupo é
o de mais difícil convívio que já tive na minha vida", disse Joesley, em entrevista à revista Época.
Na entrevista, Joesley falou sobre sua relação com
Temer, sempre baseada na troca de favores. "Nunca foi uma relação de
amizade. Sempre foi uma relação institucional, de um empresário que precisava
resolver problemas e via nele a condição de resolver problemas. Acho que ele me
via como um empresário que poderia financiar as campanhas dele – e fazer esquemas
que renderiam propina. Toda a vida tive total acesso a ele. Ele por vezes me
ligava para conversar, me chamava, e eu ia lá."
Ele menciona o caso em que Temer o pediu para
ajudar a financiar a guerrilha na internet, para ajudar a golpear a presidente
legítima Dilma Rousseff, a quem devia lealdade institucional, e financiar o
golpe de 2016. "Sempre estava ligado a alguma coisa ou a algum favor.
Raras vezes não. Uma delas foi quando ele pediu os R$ 300 mil para fazer
campanha na internet antes do impeachment, preocupado com a imagem dele. Fazia
pequenos pedidos. Quando o Wagner saiu, Temer pediu um dinheiro para ele se
manter. Também pediu para um tal de Milton Ortolon, que está lá na nossa
colaboração. Um sujeito que é ligado a ele. Pediu para fazermos um mensalinho.
Fizemos. Volta e meia fazia pedidos assim. Uma vez ele me chamou para
apresentar o Yunes. Disse que o Yunes era amigo dele e para ver se dava para
ajudar o Yunes", afirma.
Segundo Joesley, Temer acredita que os empresários
lhe devem favores em razão do cargo que ocupa. "Há políticos que acreditam
que pelo simples fato do cargo que ele está ocupando já o habilita a você ficar
devendo favores a ele. Já o habilita a pedir algo a você de maneira que seja
quase uma obrigação você fazer. Temer é assim", diz ele.
"TEMER
É O CHEFE DE CUNHA"
O empresário afirma ainda que Eduardo Cunha, o
ex-presidente da Câmara que aceitou o impeachment fraudulento e hoje está
condenado a mais de 15 anos de prisão, é subordinado a Temer. "A pessoa a qual o Eduardo se referia
como seu superior hierárquico sempre foi o Temer. Sempre falando em nome do
Temer. Tudo que o Eduardo conseguia resolver sozinho, ele resolvia. Quando
ficava difícil, levava para o Temer. Essa era a hierarquia. Funcionava assim:
primeiro vinha o Lúcio [o operador Lúcio Funaro]. O que ele não conseguia
resolver pedia para o Eduardo. Se o Eduardo não conseguia resolver, envolvia o
Michel", afirma. "Em grande
parte do período que convivemos, meu acerto era direto com o Lúcio. Eu não sei
como era o acerto do Lúcio do Eduardo, tampouco do Eduardo com o Michel. Eu não
sei como era a distribuição entre eles. Eu evitava falar de dinheiro de um com
o outro. Não sabia como era o acerto entre eles. Depois, comecei a tratar uns
negócios direto com o Eduardo. Em 2015, quando ele assumiu a presidência da
Câmara. Não sei também quanto desses acertos iam para o Michel. E com o Michel
mesmo eu também tratei várias doações. Quando eu ia falar de esquema mais
estrutural com Michel, ele sempre pedia para falar com o Eduardo."
Joesley relembra que a eleição de Eduardo Cunha
para a presidência da Câmara institucionalizou o achaque. "O mais relevante foi quando Eduardo tomou a Câmara. Aí virou CPI
para cá, achaque para lá. Tinha de tudo. Eduardo sempre deixava claro que o fortalecimento
dele era o fortalecimento do grupo da Câmara e do próprio Michel. Aquele grupo
tem o estilo de entrar na sua vida sem ser convidado", afirma. Ele
enfatizou ainda que a turma que governo o Brasil pós-golpe "é a maior e mais perigosa organização
criminosa deste país, liderada pelo presidente."