Com a divulgação dos inquéritos originados pelo acordo da Odebrecht,
líderes de diversos partidos se preparam para algo ainda pior. Acreditam que, a
partir de agora, personagens implicados no esquema se sentirão mais estimulados
a colaborar com a Justiça. Pessoas próximas a Antonio Palocci (PT) apostam
nisso. Em São Paulo, aliados de Geraldo Alckmin (PSDB) organizam arsenal para
rebater possível delação do ex-diretor da Dersa, Paulo Vieira de Souza, o Paulo
Preto.
As informações são da coluna painel da Folha de S. Paulo.
"Na cúpula do PT, uma
delação de Palocci é vista como algo capaz de mudar o patamar da crise. O
dirigente de um partido que estava na base dos governos Lula e Dilma Rousseff
resume o potencial do ex-ministro. 'Eu não conheço o sistema financeiro. Ele
conhece.”
Um antigo auxiliar de Palocci diz que, se ele falar, muda o endereço do
incêndio político: de Brasília para as avenidas Paulista e Faria Lima, em São
Paulo, que abrigam sedes dos maiores bancos e empresas do país.
Um tucano de São Paulo afirma que integrantes do partido no Estado já
começaram a acionar advogados, à espera de um movimento de Paulo Preto.
Descrevem o ex-dirigente da Dersa como “organizado e cercado de
documentos."