"Não
tiveram nem o pudor de disfarçar", diz Ricardo Lodi, professor de Direito
da UERJ.
Dois dias
depois do impeachment de Dilma Rousseff por crimes de responsabilidade fiscal,
o Congresso Nacional aprovou lei que beneficia o governo Michel Temer e torna o
que então eram "pedaladas
fiscais" em procedimento permitido pelo governo federal. Sancionada e
publicada na sexta-feira (2) no Diário Oficial da União, a Lei 13.332/2016
flexibiliza as regras para abertura de créditos suplementares sem necessidade
de autorização do Congresso. Crédito suplementar é um reforço a uma despesa já
prevista na lei orçamentária.
A lei tem
origem no Projeto do Congresso Nacional (PLN) 3/16, aprovado no
Congresso em 23 de agosto. O texto autoriza o governo a reforçar, por
decreto, até 20% do valor de uma despesa (subtítulo, no jargão orçamentário)
prevista no orçamento de 2016, mediante o cancelamento de 20% do valor de outra
despesa.
"Não tiveram nem o pudor de disfarçar", diz
Ricardo Lodi, professor de Direito da UERJ.
Em sua conta
no Facebook, Ricardo Lodi, professor de Direito da UERJ que integrou a defesa
da presidente Dilma Rousseff no processo de impeachment, chamou atenção para a
rapidez com que o Congresso tornou lícito o mesmo procedimento responsável por
destituir a petista do cargo de Presidente da República.
"O fundamento da acusação no processo de
impeachment, adotada pela Câmara e pelo Senado, era que a abertura de créditos
suplementares com base no superávit financeiro dos exercícios anteriores
constituía automaticamente a violação da meta primária, o que foi refutado pela
defesa, o que foi considerado um atentado à Constituição. Este foi um dos
principais fundamentos da condenação da Presidente Dilma. Agora, a Lei n.
13.332/16, publicado hoje, que altera o inciso XXXII do art. 4. da lei de
orçamento, legitima expressamente essa prática. Ou seja, o Congresso
Nacional, que nunca considerou as condutas supostamente praticadas pela
Presidente Dilma como ilícitas, encerrado o processo de impeachment, passa a
considerar tal conduta como absolutamente legitimada. Ou seja, até ontem
consideravam crime, hoje é uma conduta admitida. Isso confirma o que eu
disse no sábado no Senado. A conduta não era ilícita antes e nem seria depois.
Só foi considerada crime para a aprovação do impeachment. Não tiveram nem
o pudor de disfarçar", comentou Ricardo Lodi.
Atualmente, o
remanejamento entre subtítulos é restrito a 10% do valor da despesa cancelada,
de acordo com a lei orçamentária (Lei 13.266/2016). O governo alega que a
mudança torna a gestão orçamentária mais flexível, podendo priorizar com
recursos ações mais adiantadas. Poderá haver, inclusive, o remanejamento de
despesas com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – trecho que havia
sido excluído na apreciação do projeto na Comissão Mista de Orçamento (CMO).
Outra mudança
na lei orçamentária aprovada é a possibilidade de o governo cancelar recursos
incluídos por emendas coletivas do Congresso Nacional, exceto as de execução
obrigatória previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), e direcionar os
recursos para outras áreas de seu interesse.
(Do Jornal do Brasil)
NALDO PENSA QUE ME ENGANA QUE EU GOSTO.NALDO EU SEI QUEM TE DEU AS D20 E DINHEIRO PRA TUA CAMPANHA.TODOS FARINHA DO MESMO SACO.KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
ResponderExcluirEu aconselho a todos os eleitores! Em vez de ficarem trocando ofensas!reflitam:o que será melhor para o todo, porque a maioria das pessoas estão preocupados,é com o seu próprio "eu"
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