Investigação da Controladoria-Geral do Estado
(CGE-MG) repassada ao Ministério Público Estadual aponta superfaturamento,
entrega de equipamentos com especificações inferiores ao contratado e serviços
pagos e não prestados em convênio da Fundação de Amparo à Pesquisa de
Minas Gerais (Fapemig).
O nome do ex-presidente do
PSDB de Minas e ex-secretário da gestão Antônio Anastasia (relator do golpe
contra Dilma no Senado), Nárcio Rodrigues, preso na Operação Aequalis, é novamente citado em esquemas de corrupção no
governo de Minas Gerais.
Investigação da
Controladoria-Geral do Estado (CGE-MG) repassada ao Ministério Público Estadual
aponta envolvimento da Fundação de Apoio e Desenvolvimento da Educação,
Ciência e Tecnologia de Minas Gerais - Fundação Renato Azeredo (Framinas) em um
esquema de desvios de dinheiro que provocou rombo de R$ 20 milhões aos cofres
públicos. O esquema foi operado no período em que Narcio Rodrigues foi
secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, entre 2011 e 2014.
Segundo relatório da CGE, o
desvio foi feito por meio de não cumprimento dos termos de um convênio firmado
entre a Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), ligada à
secretaria comandada por Nárcio, e a Fundação de Apoio e Desenvolvimento da
Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais - Fundação Renato Azeredo
(Framinas).
Entre os pontos que permitiram os
desvios estão o por recebimento de computadores com especificações técnicas
inferiores às previstas no termo técnico (R$ 5,8 milhões), não funcionamento de
11 unidades da Universidade Aberta e Integrada de Minas Gerais (Uaitec) (R$ 4,2
milhões), pagamento de serviço sem comprovação de que foi realizado (R$ 2,2
milhões) e sobrepreço na compra de lousas interativas (R$ 1,1 milhão).
A Framinas foi criada em 1997 por
Aluísio Pimenta, ex-reitor da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG),
que morreu em 9 de maio de 2016, aos 93 anos. Renato Azeredo, morto em 1983, é
pai de Eduardo Azeredo (PSDB), que governou Minas de 1995 a 1998 e foi
condenado a 20 anos e 10 meses de prisão no chamado mensalão mineiro.
Nárcio Rodrigues está preso desde
o dia 30 de maio, por suspeita de ter se beneficiado de desvio de recursos para
construção e fornecimento de equipamentos para o Centro Internacional de
Educação, Capacitação e Pesquisa Aplicada (Hidroex), em Frutal, base eleitoral
de Narcio.