74 senadores cassaram na noite
desta terça (10) o mandato do senador Delcídio do Amaral (sem partido/MS); o
agora ex-parlamentar não compareceu a sessão que votou sua cassação; Delcídio
foi preso em novembro do ano passado, sob acusação de obstruir as investigações
da Operação Lava Jato.
74 senadores cassaram na noite
desta terça-feira (10) o mandato do senador Delcídio do Amaral (sem partido/MS).
O agora ex-parlamentar não compareceu a sessão que votou sua cassação. Um
senador se absteve. Nenhum senador votou contra a cassação. O presidente do
Senado, Renan Calheiros (PMDB), não votou, pois não houve necessidade de
desempate.
Delcídio teve o pedido de
cassação de mandato por quebra de decoro parlamentar aprovado após um longo
processo iniciado logo depois do senador ter sido preso, em novembro do ano
passado, por obstrução da Justiça. O senador foi flagrado em conversa com o
filho do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, oferecendo propina e um plano
de fuga para que Cerveró não firmasse acordo de delação premiada com o
Ministério Público no âmbito da Operação Lava Jato.
Para que o parlamentar perdesse o
mandato eram necessários os votos favoráveis da maioria absoluta dos 81
senadores, ou seja, 41 votos.
A sessão foi aberta no final da
tarde de hoje (10) pelo presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), após as
falas de integrantes do Conselho de Ética e da Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ). Renan chamou por pelo menos duas vezes Delcídio para se
defender, mas sem êxito. Delcídio não compareceu, nem enviou defesa.
Diante do fato, Renan suspendeu a
sessão por cinco minutos para designar um defensor dativo. “Considerando que, até o momento, [Delcídio] não compareceu a este plenário, eu vou suspender a sessão pelo prazo
de cinco minutos para que seja designado um defensor dativo”, disse.
O servidor do Senado Danilo
Aguiar, diretor da Consultoria Legislativa do Senado Federal, foi definido como
defensor. O servidor pediu a suspensão do processo com o argumento de que a
acusação de obstrução da Justiça carece de inépcia da representação. "Ela [acusação] implica em fazer representação jurídica, mas
não indica fato grave que pudesse ensejar a perda [do mandato]", disse
Aguiar.
Senadores
Antes, os senadores se revezaram
na tribuna para pedir a perda de mandato de Delcídio. Integrante do partido que
representou contra Delcídio no Conselho de Ética, o senador Randolfe Rodrigues
(Rede/AP) disse que o momento é de constrangimento para o Senado. “Este não é o primeiro caso que membros
desta Casa que são presos, mas o caso do senador Delcídio é um dos poucos casos
de prisão de um parlamentar por tentativa de obstrução da Justiça e não há
dúvida de que isso constrangeu o Senado”, disse.
Delcídio teve o pedido de
cassação de mandato por quebra de decoro parlamentar aprovado no colegiado após
um longo processo iniciado logo depois de o senador ter sido preso, em novembro
do ano passado, por obstrução da Justiça. O senador foi flagrado em conversa
com o filho do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, oferecendo propina e um
plano de fuga para que Cerveró não firmasse acordo de delação premiada com o
Ministério Público no âmbito da Operação Lava Jato.
“Quando o senador Delcídio se reuniu com Bernardo Cerveró não foi na
condição de senador; quando ele se reuniu foi na condição de senador para oferecer
possíveis benesses. É por essas razões que a Rede pede a perda do mandato do
senador Delcídio”, disse
Randolfe.
Relator
O relator do processo contra
Delcídio no Conselho de Ética e Decoro parlamentar, Telmário Mota (PDT-RR), ao
se dirigir ao plenário, disse que o mandato de Delcidio deveria ser cassado
pelo senador não possuir condições morais e éticas de permanecer na Casa. “Tendo em vista confissão do próprio
senador, o Conselho de Ética entendeu não restar dúvida que ele participou de
uma reunião para implementar medidas que claramente iriam obstruir a Justiça,
especialmente as relativas à Operação Lava Jato, o que configura a quebra de
decoro parlamentar punível com a perda de mandato”, disse.
Telmário disse que a atitude
configurou um comportamento indevido para um membro do Senado e que Delcídio
abusou de suas prerrogativas constitucionais como senador. “Trata-se da última instância de preservar a própria imagem da
democracia representativa”.
Durante o seu discurso, Telmário
negou os argumentos da defesa de Delcídio de que houve cerceamento do direito de
defesa e narrou o que chamou de “Via
Crucis” para votar o parecer sobre a cassação de Delcídio no Conselho de
Ética e na CCJ.
Adiamento
A defesa de Delcídio pediu o
adiamento da votação com o argumento de que a sua delação premiada no Supremo
Tribunal Federal poderia trazer fatos novos contra a cassação que poderiam
mudar o entendimento dos senadores sobre o caso. Um requerimento do senador
Aloysio Nunes (PSDB-SP) pedindo a suspensão do processo até que o Senado
tivesse acesso aos novos fatos incluídos no processo do senador chegou a ser
aprovado no colegiado.
Diante da reação do presidente da
Casa, Renan Calheiros, contrário à suspensão, o colegiado, em reunião
extraordinária, voltou atrás e retomou o processo de cassação. “Ontem mesmo o plenário da CCJ se reuniu
novamente e entendeu que o requerimento do senador Aloysio Nunes deveria ser
revogado por ter chegado a informação de que o aditamento [da delação
premiada] corre em segredo de Justiça”,
disse.
A CONVERSA ESTÁ MUITO BOA, MAS KD A COBERTURA ESPECIAL DO FRACASSO DO NALDO E DO ANTONIO FLORA?
ResponderExcluirO "redator chefe", responder sua pergunta assim, (PERGUNTA LA NO POSTO IPIRANGA)
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