*Da Agência Brasil
Com cartazes e faixas pedindo a saída da presidenta
Dilma Rousseff do governo, milhares de pessoas estiveram na tarde de hoje (13)
na Avenida Paulista. Vestidos de verde e amarelo, manifestantes carregavam
bandeiras do Brasil e usavam adesivos de "Fora PT" e "Fora
Dilma". Em diversos pontos da avenida era difícil andar em meio à
multidão devido à grande concentração de pessoas.
O superintendente de vendas Renato José de Almeida,
39 anos, foi à Avenida Paulista com sua esposa e dois filhos para pedir
o impeachment de Dilma. “Eu
quero fazer parte dessa mudança que é tão necessária para o país hoje, para ver
se conseguimos voltar para a nossa realidade, que é um país muito bom de se
viver, é um país muito bom de se trabalhar, mas que tem que ter as pessoas
certas no poder”, disse.
Sobre o futuro do país, ele diz que “a cadeia sucessória do país hoje é muito
ruim. Eu acho que tanto PMDB quanto PT, todos eles se aproveitaram do poder
para levar vantagens em vários setores do nosso país”. Para ele, a
realização de novas eleições “seria a
forma mais democrática para podermos ter uma realidade nova, de país novo”.
A administradora Madalena Paiva de Azevedo, 51
anos, defende o impeachment de Dilma porque considera importante
mudar a imagem do país. Ela acredita que o PT prejudicou a imagem do Brasil no
exterior e disse que, no momento, a preocupação é tirar a presidenta do poder.
Para o futuro, ela disse que o país precisa de gente
nova no governo. “Vamos tirar esse
pessoal, colocar gente nova, com ideias novas, porque o Brasil é o país do
futuro. Tem que entrar gente nova, com conceito de responsabilidade, de
humildade, de amor à terra e amor ao povo brasileiro”, acrescentou.
São Paulo
Manifestação na Avenida Paulista, região central da
capital, contra a corrupção e pela saída da presidenta Dilma
Rousseff Rovena Rosa/Agência Brasil
O médico Jorge Ismael Huberman, 63 anos, é a favor
da saída de Dilma, mas contra qualquer intervenção militar. Ele diz lembrar do
regime militar e da falta de liberdade de imprensa. “O único lugar em que posso manifestar é aqui na rua e mostrar minha
indisposição e insatisfação. [Manifestar] é o único modo que temos de nos expressar, colocar a nossa opinião na
rua”, disse o médico.
Ele avalia que o país vive um entrave político que
está atrapalhando a economia. “Ela [Dilma] tem que sair para a economia andar.
Enquanto ela não sair, a economia não anda. Nós estamos com uma inflação de
10%, é um absurdo isso.”
Segundo a Polícia Militar, 1,4 milhão de pessoas
compareceram às manifestações na Avenida Paulista. De acordo com o DataFolha,
cerca de 500 mil pessoas estiveram no ato desta tarde.
Não foram registradas ocorrências graves, segundo a
PM. Apenas uma mulher foi detida por desacato e levada ao 78º Distrito de
Polícia depois de ter arremessado garrafas de água contra policiais e causado
pequeno tumulto em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp).
Líderes de oposição
Pelo menos seis movimentos diferentes
ocuparam a Avenida Paulista com carros de som para pedir a
saída da presidenta Dilma Rousseff. O Vem Pra Rua, um dos movimentos que
liderou e convocou os protestos deste domingo, deu início ao ato às 15h, com o
Hino Nacional e a liberação de balões. Os manifestantes, porém, já ocupavam a
avenida desde as 10h.
Diversos políticos e parlamentares de partidos de
oposição estiveram presentes no ato. O principal ponto de encontro das
lideranças oposicionistas foi o palco montado pelo Movimento Brasil Livre, em
frente ao Masp.
Ao se aproximarem do local, o governador de São Paulo, Geraldo
Alckmin, e o senador Aécio Neves (PSDB-MG) foram vaiados pelos manifestantes.
“Nós estamos aqui como cidadãos,
respeitando a pluralidade nessa sociedade tão múltipla como a nossa e na busca
daquilo que nos une, o fim desse governo”, disse o senador.
Brasília
Na capital federal, o ato a favor do impeachment da
presidenta Dilma Rousseff, realizada na Esplanada dos Ministérios,
terminou ao som do Hino Nacional. Ao final do hino, os manifestantes gritaram
“Fora, PT”.
Segundo a Polícia Militar, 100 mil pessoas
participaram da manifestação. Não houve ocorrência de atos violentos, segundo a
PM, apenas registro de extravio de documentos e atendimento de pessoas com
mal-estar. O percurso dos manifestantes começou no Museu da República e foi até
o Congresso Nacional, em um total de dois quilômetros.
Salvador
Manifestantes contrários ao governo Dilma
reuniram-se, na Barra, bairro de classe média em Salvador. Segundo a Polícia
Militar, cerca de 20 mil pessoas
participaram do protesto, que se encerrou no Farol da Barra, onde
houve dispersão dos participantes por volta das 13h.
O Farol da Barra é um dos principais pontos turísticos
da capital baiana. Do local, os manifestantes seguiram para o Mirante Cristo da
Barra, outro ponto turístico, onde os participantes posaram para uma
fotografia, rezaram um Pai Nosso e aplaudiram, ao meio-dia, o juiz Sérgio Moro,
que julga, em primeira instância, os processos resultantes da Operação Lava
Jato.
O ato foi convocado nas redes sociais pelo
Movimento Brasil Livre (MBL). Um dos coordenadores do MBL na Bahia Eduardo
Costa destacou o impeachment da presidenta Dilma Rousseff como o principal ponto
de pauta do movimento. "Fora Dilma, fora Lula, fora PT. Há outras coisas
que precisam ser feitas, mas temos que começar por aí, para que outros
governantes retomem os rumos do nosso país."
Rio de
Janeiro
A manifestação pela saída da
presidenta Dilma, no Rio de Janeiro, durou cerca de cinco horas e
ocupou vários quarteirões nas duas faixas da Avenida Atlântica, na orla de
Copacabana, zona sul da cidade. Bandeiras do Brasil, cartazes contra o governo
federal e o PT eram empunhados por manifestantes vestidos de verde e amarelo.
A Polícia Militar acompanhou a manifestação com
viaturas e um helicóptero. Não foram registrados confrontos nem incidentes
graves. A PM não divulgou número de manifestantes. O ato foi encerrado com o
Hino Nacional.
Já na Praça São Salvador, manifestantes favoráveis ao
governo fizeram uma assembleia para discutir a agenda da Frente
Brasil Popular, que reúne movimentos sociais e partidos políticos como o PT e o
PC do B, para esta semana.
Eles definiram a realização de um ato amanhã (14)
em frente à sede do jornal O Globo e uma passeata na Praça XV, centro do Rio de
Janeiro, na tarde do dia 18.
Recife
Na capital pernambucana, a manifestação contra o governo
federal levou 120 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, à orla do
bairro de Boa Viagem, área nobre da cidade. O ato, que começou às 10h, pediu o
impeachment da presidenta Dilma Rousseff e a prisão do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
Sob sol intenso, três trios elétricos e um carro de
som puxavam o ato. Os manifestantes vestiam verde e amarelo e levavam cartazes
pedindo a saída de Dilma e criticando o Partido dos Trabalhadores (PT). Muitos
moradores de prédios que ficam à beira mar colocaram mensagens e bandeiras
brasileiras nas janelas em apoio à manifestação.
Fortaleza
Em resposta à manifestação contra o governo federal
e contra o ex-presidente Lula, militantes e parlamentares do PT
realizaram pela manhã uma carreata pelas ruas da periferia de Fortaleza.
O grupo se concentrou no bairro Parangaba e percorreu cerca de 12 quilômetros
pelo lado oeste da cidade em direção à orla do bairro Pirambu.
A caravana foi organizada pelo líder do governo na
Câmara, deputado federal José Guimarães (PT-CE). Segundo ele, o evento foi uma
preparação para o ato que será realizado no dia 18 de março em todo o Brasil. “É muito importante sermos solidários a Lula
neste momento, pelo que ele representa para o povo brasileiro. Isso aqui é só o
'esquenta' para o dia 18. Se os manifestantes contra o governo vão botar hoje
muita gente nas ruas, nós vamos botar o dobro no dia 18.” Em Fortaleza, o
ato vai se concentrar na Praça da Bandeira, no centro da cidade.
Pelas avenidas, várias pessoas nas calçadas demonstravam
apoio. Algumas portavam bandeiras vermelhas. Houve também quem se colocou
contra a manifestação. A Polícia Rodoviária Estadual prestou apoio à carreata
durante o percurso.
Belo
Horizonte
Muitas máscaras do juiz Sérgio Moro, camisas da
Seleção Brasileira, apitos e bandeiras do Brasil deram o tom do ato contra o
governo federal na capital mineira. Os manifestantes se concentraram
na Praça da Liberdade.
De dois carros de som, eram organizados os
discursos pelos líderes dos grupos Patriotas, Movimento Brasil Livre e Vem Pra
Rua. O senador Aécio Neves também compareceu e fez coro com os pedidos
de impeachment. De acordo com a Polícia Militar, cerca de 30 mil pessoas
compareceram aos protestos.
Porto Alegre
Na capital gaúcha, dois atos movimentaram este
domingo. No parque Moinhos de Ventos, o Parcão, o protesto
reuniu pessoas favoráveis ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Os
manifestantes vestiam roupas nas cores verde e amarelo e carregavam bandeiras
do Brasil. Faixas e cartazes pediam a saída do PT do governo e o fim da
corrupção. Houve discursos inflamados pronunciados no carro de som e os
organizadores executaram o Hino Nacional.
Já no Parque Farroupilha, a manifestação em defesa
do governo começou por volta das 14h. Ao meio-dia, já havia pessoas com
bandeiras e faixas do PT, da CUT e de movimentos sociais.
Em pouco tempo, os militantes ocuparam todo o
entorno do Monumento ao Expedicionário, um dos símbolos do parque.
A maioria dos participantes usava roupas vermelhas,
adesivos e faixas com os dizeres "não vai ter golpe". Os
organizadores levaram uma banda de música gaúcha para animar a militância e
promoveram um "coxinhaço" com a venda de coxas de frango assadas a preços
populares.
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