*Por Guilherme Araújo, do site http://coisasdejornalista.com.br/
Sob o viés das alterações estruturais na produção e propagação de
notícias na web ocorreu no último dia 11 de junho, na Empresa Brasil de
Comunicação (EBC), um debate com jornalistas que mantém sites e blogs
independentes.
A enfrentar os constantes desafios de fazer comunicação em rede, foram
discutidas desde as dificuldades de narrar e construir histórias que fogem do
convencional, à conquista ao leitor internauta. Com o título de “As novas
formas de produzir e disseminar notícias“, o debate foi mediado pela
superintendente de Agências e Conteúdos Digitais da empresa, Denize Bacoccina.
Entre as participantes do evento, estava a organizadora da rede
Jornalistas Livres, Laura Capriglione. Para ela, o “desmonte” dos veículos da
grande imprensa, que resulta em demissões em massa, só reforça a necessidade de
reinventar a produção de conteúdo e sustentabilidade da produção independente.
Ela ainda aposta na comunicação em rede para que coletivos, que trazem à
tona histórias que vão aquém dos grandes centros se apoiem na divulgação de
conteúdos. Como exemplo, ela cita a cobertura da greve de professores no Paraná,
há alguns meses, com foco na truculenta ação policial, feita pelo Jornalistas Livres.
“Quando articula em rede, se fala para além. Você cruza audiência dos
professores que são a favor da redução da maioridade penal e passa a ter
informações sobre o tema”, emendou.
Já quando a pauta foi buscar um leitor que traga pensamentos diferentes
da abordagem de sites e blogs, Leonardo Sakamoto, jornalista coordenador da
organização não governamental Repórter Brasil, enfatizou a necessidade de
produzir textos que conversem com os interesses do público.
O jornalista Bruno Paes Manso definiu o atual momento do jornalismo como
“algo paradoxal”. Fundados da página Ponte Jornalismo, ele destaca que de um
lado ocorre uma efervescência nas redes, com a constante possibilidade de
reinvenção do modelo jornalístico, enquanto por outro há a crise da profissão,
com dificuldade de financiamento, e como consequência um grande número de
demissões.
“Jornalismo virou quase como atividade voluntária. É um dilema e um
momento importante que a democracia precisa lidar”, declarou. Ele avalia que é
necessária uma reflexão sobre os rumos do jornalismo e o papel que ele cumpre
na sociedade”.
*Guilherme Araújo: Estudante de jornalismo, apaixonado por livros.
Inclusive, carrega um consigo sempre que sai de casa. Iludido, porém realista,
inspira-se em Gabriel García Marquez e acredita que o jornalismo é a melhor
profissão do mundo - e consequentemente, sua salvação.
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