*Publicado
em www.teletime.com.br
A TIM firmou uma parceria
inédita no mercado brasileiro com o aplicativo WhatsApp. A operadora criou um
novo plano controle, batizado de "Controle
WhatsApp", cujos assinantes têm acesso ilimitado ao serviço de
mensagens instantâneas, incluindo o envio de mensagens de voz, vídeo e fotos
pelo app. O
plano custo R$ 29,90 por mês e contém também SMS ilimitado para qualquer
operadora, 300 MB de tráfego de dados (WhatsApp segue liberado depois que
terminar a franquia) e R$ 10 em crédito para usar no que quiser, como chamadas
de voz, por exemplo. No caso de ligações para outro número TIM, o usuário tem
chamadas ilimitadas com cobrança por dia de uso.
O WhatsApp tem hoje mais de
600 milhões de usuários únicos no mundo e o Brasil representa o seu segundo
maior mercado.
Análise
Parcerias entre operadoras e
players de serviços over-the-top (OTT) estão cada vez mais comuns no Brasil. As
primeiras foram com Facebook e Twitter, e agora é a vez do WhatsApp. O modelo
geralmente é o chamado "ganha-ganha", ou seja, sem pagamento entre as
partes. Para o serviço OTT, a vantagem é aumentar ainda mais a sua utilização
na base daquela operadora. Para a tele, por sua vez, a vantagem é que o serviço
OTT funciona como uma porta de entrada para a Internet móvel, fazendo com que o
assinante acabe clicando em links que o levarão para outros endereços na web e
acabe tendo a necessidade de assinar um plano de dados.
A aliança com o WhatsApp,
entretanto, chama a atenção porque não se trata de uma rede social ou de um
site de conteúdo, mas de um serviço de comunicação direta, peer-to-peer, que
desde seu nascimento era visto como um inimigo pelas operadoras, pois reduz sua
receita com voz e com SMS. Aliás, este ano os balanços das operadoras
brasileiras começaram a dar sinais dessa canibalização, registrando queda na
receita com mensagens de texto. Existe um ditado que diz: "se não pode vencê-los, junte-se a eles". É o que a TIM
fez. Com isso, a operadora se torna ainda mais atraente para o cliente jovem e
pode conseguir a conversão de muitos pré-pagos para esse plano controle, cujo
preço está acima da receita média mensal (ARPU) dos usuários pré-pagos. Ou
seja, no fim das contas, seja trazendo novos assinantes vindos de outras teles
ou migrando seus próprios pré-pagos para esse novo plano controle, a TIM vai
ganhar em receita.
Vale lembrar que há três
anos seguidos a TIM vem se destacando no mercado nacional pela inovação no
modelo comercial e em parcerias de conteúdo móvel. Foi a primeira a criar a
cobrança por dia com uso ilimitado para dados e SMS no pré-pago. A primeira a
cobrar por chamada, em vez de minuto. E a primeira a incluir um serviço de
música ilimitado como parte indissociável de um plano pós-pago, o TIMmusic.
Só fica uma dúvida no ar: o
que essa parceria representará para o Blah,
aplicativo OTT de comunicação unificada, criado pela própria TIM e lançado em
abril deste ano?
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