MAIS UM RECÉM-NASCIDO MORTO NA CLÍNICA DE BURITI
Familiares suspeitam
de negligência durante o parto
O relato é familiar e chocante. O cenário também é
repetitivo. Ontem, 28 de julho de 2014, a buritiense Maria Raimunda Cardoso
Xavier, 25 anos, por volta do meio dia, foi levada por familiares para o Hospital do Trabalhador Buritiense (HTB),
conhecido popularmente por Clínica, para dar luz a sua tão esperada Filha, e após
ser atendida pelo médico do plantão, Dr Lázaro Janari de Sousa, retornou para
casa com a orientação de que o parto levaria cerca de uma semana. Entretanto,
lá pelas 17h do mesmo dia, como a mãe sentia muitas dores, segundo familiares, a
criança se mexia muito na barriga dela, retornou à Clínica para proceder ao
procedimento de parto. A menininha nasceu por parto normal, pesando 3,60kg, só
que morta. A partir daí entra o obscurantismo.
Familiares estão indignados pela situação e
consideram que houve mau atendimento durante o parto.
Em seu
atestado médico (veja abaixo), o Dr. Janari afirma que o parto ocorreu com feto
morto, às 19h20min, por sofrimento fetal crônico, com aspiração de mecônio.
Tal condição pode ser resolvida com condições
mínimas para atendimento às gestantes (algo que certamente não há na clínica).
Sem dúvida, perder um filho é um acontecimento
traumático e doloroso para os pais que têm que passar por um processo de luto
para superar a dor. Maria Raimunda já
pariu antes duas crianças e em nenhum dos partos ocorreu problemas.
A mãe ainda não decidiu se registrar um Boletim de
Ocorrência (BO).
Agora casos
parecidos já aconteceram com outras mães naquela clínica. Em 23 de maio deste
ano, o Correio Buritiense denunciou o caso da lavradora Rosana Maria
do Nascimento Duarte, moradora do Alto da
Moderação, que dizia ter havido negligência em seu atendimento para parto. Na
época, Rosana disse que, com a presença de duas enfermeiras, teria sido tratada
de forma grosseira pelo médico Sérgio Barbosa. No relato, registrado em BO, o
médico teria utilizado o joelho e as duas mãos para forçar a saída do bebê e
que, ao nascer, com peso de 4,1kg, não teria chorado. Meia hora após o parto, a
criança morreu e o atestado de óbito, assinado pelo próprio médico, apontou
insuficiência respiratória aguda e corioamnionite (inflamação das
membranas fetais causada por uma infecção bacteriana). A lavradora não recebeu
nenhum tipo de apoio, seja psicológico ou mesmo humano na clínica. (CLIQUE
AQUI E RELEMBRE ESTE CASO)
Num outro
caso recente, só que envolvendo vítimas de acidente em 22 de julho, Maria
Rosana e seu filho, aproximadamente 2 anos, e seu esposo Milton César, morto na
hora, gravemente feridos quando atingidos em cheio por uma caçamba velha desgovernada
que tentava desvencilhar de buracos na MA-034, ficaram agonizando por quase uma
hora, em condições deploráveis na mesma clínica, porque não havia ambulância
que prestasse na cidade para tirá-los dali para um Hospital em Caxias. Na
ocasião, populares que também acompanhavam a situação, indignados pela
estrutura precária para atendimento das vítimas, começaram a fazer xingamentos afirmando
tratar-se de “safadeza” e “vagabundagem” o
que estava acontecendo no atendimento à saúde em Buriti. (CLIQUE
AQUI E RELEMBRE ESTE CASO)
Está na hora do Ministério Público Estadual
investigar as condições de atendimento nessa Clínica de Buriti.