Editorial: UM CARNAVAL MELHOR

*Por Aliandro Borges, redator-chefe.

Novo secretário de Cultura, Teodorinho, da Theo Produções.

Depois de algum tempo sem falar no carnaval 2013, principalmente em decorrência dos fatos graves já noticiados recentemente aqui, o blog volta seu olhar para análise do carnaval de Buriti (MA).

Analisar um evento cultural nem sempre é um tarefa fácil, pois envolve aspectos objetivos e subjetivos. Estes últimos mais ligados às preferencias individuais. Entretanto, independentemente das preferências, pôde-se verificar uma melhora, ainda que tímida, do carnaval buritiense. A começar pela organização do Carnaval Pulou, Dançou. O nome, claro, segue o estilo sarcástico dos anteriores, com alfinetadas nos adversários políticos, numa alusão ao jingle de campanha do grupo do 31.

A escolha feita pelo prefeito Rafael Mesquita para que Teodorinho (Teo) comandasse a secretaria municipal de cultural, decerto, foi a mais acertada. Não poderia ter sido melhor. Além disso, foi muito justo, considerando que sempre era o Teo quem mais se dedicava aos eventos culturais da administração do ex-prefeito, apesar de ocupar, na época, apenas um cargo inferior na própria secretaria de cultura.

O atual prefeito reuniu-se com lideranças dos principais blocos e garantiu o apoio financeiro para que todos participassem da festa carnavalesca. Em reunião, deixou claro as dificuldades financeiras do município para arcar com mais recursos o primeiro carnaval de sua gestão.

Na segurança, de maneira geral, houve bom apoio da PM e dos seguranças adicionais para os foliões. O perigo mais evidente que teve foi em relação ao palco que dava sinais de ser mal estruturado, com algumas goteiras na lona, que colocavam em risco os equipamentos eletrônicos. Houve, inclusive, um momento tenso quando o vocalista Wesley, da banda Skema 7 deslizou e por pouco não teve ferimentos mais graves, sendo amparado pelos foliões.

Na questão da higiene também houve substancial avanço. Pela primeira vez a prefeitura disponibilizou banheiros químicos, 8 no total, para evitar que os mijões fizessem suas necessidades em áreas próximas do corredor da folia, como sempre ocorria quando foliões improvisavam mictórios em árvores, muros, bueiros, rodas de carros e até mesmo aos derredores da Igreja Matriz.

Ainda não houve avanço na questão da escolha das bandas. É possível que outros grupos musicais de renome regional pudessem ser contratados, mas cabe destacar que, goste-se ou não, houve valorização das bandas locais como Skema 7, Forrozão Evolução, Sabor de Maça, Pintando o Sete e a neófita Só Zueira.

É certo que muitos ainda tenham detestado o carnaval, até porque um uma “herança maldita” de péssimos carnavais, deixada pelo ex-prefeito Neném Mourão, não vai se superar tão fácil. Esse passivo de quase 8 anos ( exceção se faz ao ano de 2012, onde foi um bom carnaval, mas, evidentemente, tinha o interesse eleitoral)  vai demorar para ser quitado com a população e, caso seja do interesse do atual prefeito melhorar a imagem do carnaval de Buriti, deverá dar cartas brancas para que o novo secretário possa por em prática suas ideias. E, claro, além do aval, deve-se garantir recursos para tal.

Quanto a cobertura livre do carnaval por parte do Correio, houve total apoio governamental, inclusive do próprio prefeito Rafael, o que mostra seu compromisso com a liberdade de comunicação em Buriti. Fato lamentável (e não poderia deixar de relatar) foi o ocorrido na ultima noite de festa, quando os vocalistas das bandas receberam ordem para não mais divulgar o nome do Correio Buritiense. A ordem, supunham eles, teria sido dada pelo prefeito, fato negado veementemente por Rafael ao Blog. Constatou-se depois que, na verdade, o desejo de censura partira daquele que se sente o príncipe herdeiro do palácio municipal, que fazendo uso de um decrépito prestígio ordenara a um sabujo-mor plantonista para interromper a chamada da cobertura do carnaval pelo Correio.

Foi uma tentativa infeliz de impedir que fosse citado o nome do meu blog e demonstra o “ódio e o desapreço” que militantes e membros de uma republiqueta em ruínas têm pela opinião livre, imparcial e verdadeira.