NOVA MODALIDADE DE FRAUDE: pagar para o eleitor NÃO ir votar no candidato adversário.
Resultado
das velhas práticas políticas que ainda reinam, Maranhão teve o maior índice de abstenção do
País, com 19,62%, ou seja, 894.314 eleitores deixaram de votar.
Em
Buriti (MA), a abstenção chegou a 23,29%, isto é, 4.550 eleitores não foram
votar.
O Correio Buritiense reproduz
artigo do jornalista Luís Cardoso, que analisa o alto índice de abstenção de
eleitores na maior parte dos municípios do interior do Estado.
Conforme análise do jornalista, a
nova tática de fraude eleitoral consiste em pagar para que o leitor não vá
votar no dia das eleições, caso seu voto seu do adversário de quem está
pagando.
A questão é: como saber se o
eleitor votará em um adversário? Em política todas as táticas são possíveis,
inclusive, solicitar endereço de eleitores quando se faz pesquisa eleitoral.
Ademais, em municípios pequenos, não raro, se consegue esconder a preferência
por determinado candidato.
Que as autoridades fiquem em alerta
para este tipo de fraude, porque, caso se enraíze em nossa cultura
políticoeleitoral, que já é uma das mais podres do mundo, abrir-se-á fraturas insanáveis
no chamado Estado Democrático de Direito.
Leia abaixo o texto completo do jornalista.
NOVA MODALIDADE DE FRAUDE CAMPEOU
NA ELEIÇÃO NO INTERIOR DO MARANHÃO
Uma nova maneira de fraudar as
eleições no interior do Maranhão rolou solta. Na maioria dos casos, o
Ministério Público tomou conhecimento, bem como a Justiça Eleitoral, e deixaram
passar batido.
O método fraudulento foi usado em
quase todos os 217 municípios maranhenses. Ele não compra o voto do eleitor
para que ele vote em determinado candidato. Na verdade, é feita a compra da
omissão do eleitor.
Consiste basicamente no seguinte:
entre sábado e domingo, véspera do dia da eleição, os eleitores sãos abordados
até mesmo em sua própria residência. O adversário de um candidato, por exemplo,
paga para o eleitor não ir votar no candidato inimigo.
Então, feito o acordo, o eleitor
entrega seu título e carteira de identidade para o negociador, como segurança
de que não irá mesmo votar. Os documentos são devolvidos um dia após a
realização do pleito.
Em boa parte a omissão custou a
cada eleitor quantias que variam entre R$
50 até 500. Por isso, muitos candidatos que perderam a eleição estão
até hoje sem entender como os votos não apareceram nas urnas.
Um caso neste aspecto chamou a
atenção, menos da Promotoria e da Justiça Eleitoral, é claro. Em Mirador, em um
povoado com três sessões, votam cerca de 320 pessoas. Abertas as urnas,
apenas pouco mais de 30 compareceram para votar.
O candidato Pedro Abraão, que
tinha a certeza da vitória, perdeu só naquela escola mais de 250 votos. Ele
soube pelos eleitores arrependidos que tinha recebido para não comparecer às
urnas. O MP de Mirador foi certificado, mas fez pouco caso.
O que mais deixou revoltado os
aliados de Abraão foram as apostas perdidas, pois a certeza de que iriam ganhar
era tamanha que teve gente que perdeu casa, carro, motos, anéis e cordão de
ouro. Teve um fazendeiro que ficou sem 20 cabeças de gado após o resultado final.
Essa nova modalidade de fraudar
as eleições, se não freada desde já, pode influenciar muitos resultados em
2014.