Em
relatório divulgado nesta segunda-feira (23), a SIP (Sociedade Interamericana
de Imprensa) aponta para um aumento nos casos de assassinatos de jornalistas no
Brasil - no período de seis meses, foram registrados 27 casos de crimes e
violências contra a imprensa, incluindo assassinatos, agressões e atentados.
A
sociedade pede punição aos homicídios e afirma que a morosidade da Justiça
estimula a impunidade no Brasil.
No
último dia de reunião em Cádiz, na Espanha, a sociedade destacou que, de cinco
jornalistas assassinados, três crimes estavam relacionados ao exercício da
profissão.
"Governos de origem democrática,
porém autoritários, utilizam os meios de comunicação estatais para perseguir e
difamar a mídia independente",
diz o documento, citando em especial cinco países: "Venezuela, Equador, Argentina, Bolívia e Nicarágua enfrentam problemas
comuns em mãos de presidentes arbitrários e intolerantes que tentam calar a
imprensa crítica".
O
Brasil foi representado na Espanha por Paulo de Tarso Nogueira, consultor do
jornal "O Estado de S. Paulo"
e integrante da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação da SIP.
A
68ª Assembleia-Geral da SIP está marcada em São Paulo, entre os dias 12 e 16 de
outubro.
Levantamento
do CPJ (Committee to Protect Journalists) divulgado no último dia 17 indica que
o Brasil é o 11º país do mundo em que os assassinatos de jornalistas mais ficam
impunes.
De
acordo com o "Índice da Impunidade"
elaborado pelo órgão, cinco mortes de jornalistas nos últimos dez anos não
resultaram em nenhuma condenação no país.
Duas
dessas mortes aconteceram no ano passado: a do dirigente petista e editor
Edinaldo Filgueira do jornal "O Serrano", que recebeu seis tiros em
15 de junho. O crime aconteceu em Serra do Mel (252 km de Natal), no Rio Grande
do Norte.
Segundo
o órgão, também não foi solucionada a morte do apresentador de TV e radialista
Luciano Leitão Pedrosa, de Pernambuco. Ele também foi alvo de tiros em abril do
ano passado na cidade de Vitória de Santo Antão (47 km de Recife).
Neste ano, a Organização das Nações Unidas (ONU) tentou aprovar uma resolução
para reduzir o número de assassinatos de jornalistas.
Segundo o Jornal Hoje, o Brasil, a Índia e o
Paquistão conseguiram adiar a votação da proposta para 2013.